sábado, 19 de janeiro de 2013

Consegue ver?

A chuva despencou no exato momento em que me destravei para a escrita seu ruído é de volume vou ver a cortina chuva de verão abafou o canto das 3 lá embaixo que dizia ou disse por último "de Jessé  nasceu a vara ..."aqui lido comigo depois de mais uma dose de DESASSOSSEGO o crime fora de qualquer ação ela engrossa mais ainda unifica o som maior os esguichos das calhas das telhas fazem um segunda voz trovões ao fundo rugem como canhões distantes lufadas agora esgarçam a sinfonia piano decrescente todos instrumentos de novo que chuva cacofônica quer ditar o ritmo da minha escritura?
Minha voz na voz de Pessoa?
Meu tom no tom do Tom?
Ainda não é hora de fechar o verão!
Quem estiver em trânsito que me fale do resto.
Se chover mais 30 minutos assim, vai acabar alagando minha água. 
Ela está se afastando, ou finge se afastar...
Ouço longe agora um "estou de volta para o meu aconchego..."não sei se de som de máquina ou coro de vozes ao vivo...
Parece intensificar mais uma vez, vou mijar no banheiro claro com o vitrô basculante aberto um jato longo e volumoso escuta o repique em algo plástico seria no vizinho ou no meu armário verde e bege que foi do diplomata?
Está indo embora, os pássaros já começam piar a tarde...
Ainda trovão.

     

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