sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ane-dota

piada a vaca tem com sem piada borbole-tear une meus fios por madeira que corre dividindo músculos meio secular a frase que queria ser crase embola por falta de mexer fitas azuis cercam os currais das duas fazendas que agora uso para amarrar a trouxa de segundas peles rumo a lavanderia tintureiro passa o china gritando sua cantiga de trabalho puxando o pelotão que sai da nitro química todos atravessarão a linha do trem antes do sinal vermelho trilho mata-burro faz quicar minhas tripas negras sem libras bar tão duro quanto pedra cada continental tarja marron van dick kid vigarista que trouxe pra mim...

pm/am

passa Vietname
branco arroz
assa o inhâme

am/pm

passou Vietnã
arroz no bambu
verde banana

manual de meu uso

...caso seja apenas ridicularizar o que te dá prazer, verifique a sua caixa postal, talvez o número que te deram não exista, e o remetente pode estar fá lido e como última cartada jogou os dados nas suas mãos, vendo a laranja madura querendo ser chupada, mas tens ainda a arma do departamento que pode ser usada como bem entender, além é claro das pessoas que cativastes ao meu lado e com o seu dó dói a mostra podes bem sensibilizar e converter a sua legião de fãs ou ainda se preferir posso autenticar um documento por ti impresso, onde diz todas as suas verdades e mentiras sobre mim e deixo ainda aberta uma fresta, para algo mais cruel que por ventura possas imaginar, neste meu ir & vir tão manjado de todos nós...

3E8

sou banjo
bata toque
couro de gato

NÔ, RAIO CAI.

li belo luar
...libélula...
si pelo soar

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ATONAL : LA NOTA

em seus mundos o óbvio prevalece repetindo o que se espera dentro das atitudes de encomenda suas falsas máscaras já não escondem os trejeitos de personagens desgastados por longo uso das mesmas leituras de cavalaria e dou bom dia à cavalo nas pontas dos cascos o meu puro sangue inglês declina não reconhecendo o jóquei vou ensaiar o sorriso da mona lisa e me postar impassível diante das macaquices deste quotidiano que mesmo no trânsito de transição não consegue colar nem um cartaz no meu balcão estou escondido atrás do piano em tom Robin

salve, nossos amigos

...seu salvador gosta de boxe me identifiquei com ele desde 81 quando corremos juntos no eixão sul tirando dúvidas quanto a resistência endurance força flexibilidade destreza velocidade reflexo das nossas aptidões físicas espiritual linguagem do corpo recebi massagem e aula de ginástica no ascade observando toda a anatomia de um super leve peso pesado pena de não poder esgrimir com ele mas vi sua guarda sempre fechada o bailado perfeito o olhar sem nenhum desvio o mestre Salvador de negritude impecável olhando por todos nos que exercitamos a palavra corpo suor comum do tambor do coração com a mesma elegância mesmo depois de aposentado do serviço público passa e atualizamos a conversa me apresenta seus filhos o mesmo sorriso salvador seu...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SOLDADOR

sabe como é possível escrever sempre que quiser estando na mesma espera do resto de onça com unhas de um sabre sempre maior afiado e brilhando ao dente do vento saber dos cortes por vírgulas e outros sinais suprimidos não colar nem um rótulo na pele da cobra de vidro fincada as raízes do brasil dentro da fenomenologia do brasileiro DÚVIDA abre a caixa preta só em baixo de árvore do cerrado o original puro que comprei na banca de revistas da 25 por 75 centavos somando quatro queima e espanta os insetos da raz]ao assim mesmo com chave emprestada ao til escapado do indicador recebendo as pancadinhas nas teclas macias massagem no apontar,,,

feltro verde

esferas buracos na geometria espacial bilhar do outro clube inglês latir só depois de amarrada a caça rabo seta taco uma mão pronta para ser beijada espanto levanta voo o cão bate quem puxou o gatilho gira no sapato de golfe suas bolinhas pretas no fundo branco avermelhado Ó tomba ave salda com asas partidas oriente do porvir adolescente marcial ainda sem o diário de um sedutor e outros manuais de sobrevivência na selva espacial-geo- grafo arrombada a questão esférica.

VEET


Hera uma vez pulou o muro do viZinho, partindo assim a construção do H, porque eu não tenho tempo para o comum, na última visita à Zeus, enquanto saboreávamos as uvas de Baco, ele me mostrou o vaso: era uma vez...
Diana sempre andou nua, apesar do pelo capa preta, bastava pedir licença e ela saia cabisbaixa, não me lembro de vê-la tomando banho, é que naquela década de 60 em São Miguel Paulista os cães eram limpos por natureza, ou sujos sem percebermos...
Apolo e Dionísio foram abrir uma caverna no mato, sem ferramentas adequadas usaram as mãos(FORTALEÇA SEU CORPO), depois de uma hora e meia de trabalho(ENCONTRE A MOTIVAÇÃO), a caverna estava pronta, só para ser usada eras depois(PLANEJE SEU CALENDÁRIO), mas ainda trocaram de almas na terra fofa(A PROVA PERFEITA).
Saci olhou entre a forquilha e viu mata fechada, terminou seu pito antes de mergulhar fundo, sabia que a çaçá não iria acordar antes do meio dia(SOFRO. MAS TERMINO!), seu gorro em pêndulo agarrou um carrapixo(APRENDA A LIDAR COM AS DORES QUE APARECEM NO MEIO DA PROVA), e a perna que não era doeu gostoso...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Snuff-Box


São então empilhadas e assim deixadas até que a umidade seja repartida uniformemente. Permitindo-se a penetração da matéria segue-se a secagem, crase-sombra; depois remolhadas para a tintura e secagem de novo. Vamos dar agora várias fórmulas empregadas, com sucesso: os fenômenos que se passam durante a operação de tintura ao tambor são idênticos, qualquer que seja o modêlo.

Açafranina vermelho de açafranina escarlate de açafranina vermelho russo cereja vermelho de acridina granadina vermelho neutro. Romã.

Para matizes amarelos ou alaranjados dá-se preferência ao extrato de pau de Cuba. Da ema ao beija-flor.

Os resíduos podem ainda ser aproveitados para obter-se solução amor-carnal, com este fim, opera-se em uma retorta de ferro dotada de tampa e de um tubo de desprendimento ligado a uma serpentina de chumbo...na descarnagem das nossas peles batam o tambor até o reverdecimento, readiquirindo elas sua flexibilidade primitiva afim de eliminar o sangue e o sal.


verde maquita verde da china verde diamante verde esmeralda verde etila verde metila verde sólido verde metileno !


este produto não deve ser usado para alimentar crianças menores de um ano de idade, a não ser por indicaçao expressa de deputado ou senador de expressão.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

toque agora


sério falei pro fred parar de brincadeira que filosofia é coisa séria !

seria falar pra sabedoria manter a linha se não ninguém sábio seria?

se rio em fá menor pró entregue a mensagem ao director ser rio !

ria se puder foi dita a frase depois de piada com humor negro ria-se?

ri à ser esta moda do querer que sem ser tanto parece rir de A a Z !

rim que filtra luz não tem pedras?

o sério me faz rir muito mais !

o ser rio volta ao mar?

o S me faz errar as duas curvas !

rondó do capitão?

rimem nos olhos !

r imem seccionado?

este lado para cima


bailarina norte american case com vento siberian.

envie pela trans-vento.


Remetente: B.S.B.D.F ( boas suas bundas de fuder ) {fico ao lado }


Destinatário: O Mudo.

domingo, 25 de janeiro de 2009

este lado para baixo


Espiar através do vi és da forquilha: estilingüe é esta língüa!
Desviar ditravés entre os galhos inclinados fora do centro nenhuma tendência além do alvo mesmo não atingido sabe de raspão!
Diluir as torres angelicais do romance impossível!
Destilar na língua o que prensado foi impedindo sementes de germinar rã ninho geração!
Estiar a chuva só depois de bem molhado!
Esquiar no gramado ao lado dos catadores de papel com papelão emprestado!
Fresta abre vejo o poder com as duas palmas da mão: Sambodrómo!
Derreter com o tônus da vênus da nota de cinQüenta!
Coisar no intervalo de descanso kawabatando com a estética!

sábado, 24 de janeiro de 2009

MERECECEMOS


que os homens não valem a pena eu ouvi bem cedo mas só agora aos cinquenta este clic me compreend uma compreensão de final ou por favor me comprem um final estamos aqui escrevendo os que estão por puro prazer de escrever é que temos prazer em saber que não temos outra coisa a fazer apenas dizer do jeito que vem e se vem sempre onde colocar na mesa do bar na roda do serviço na cozinha vamos dizendo dos nossos jeitos como nos alimentamos também das outras coisas oferecidas a revelia e por vez em sempre escapa um clic não ao acaso e sim pensado clic botão disparado da pena de não poder oferecer um retratinho fiel ao camarada Brown ou ao mecanizado técnico sem ar, e como em qualquer brinquedo em qualquer jogo o lúdico não pode ser denunciado pois precisaria saber mais do jogo que nós mesmos e é sabido que os que sabem mais são generosos e não se divertem por não sabermos porém brincam connosco e aprendem mais com os nossos brinquedos, quando se vai comentar um estilo ou uma linguagem não é um começar com minúsculas ou um despontuar que definirá o tal e se dentro da estrutura nos perdemos diante dos signos ainda assim não dirás: "é difícil é hermético..." é preciso ter a coragem na origem da coragem e não a ousadia ou a estupidez de enfrentar o leão com as mãos se poderias correr escapando com vida em vez de morrer parado diante de modelos de vida da boca pra fora e qual é o meu conceito o que criei em pensamento para ser considerado filósofo e todas as interrogações juntas não fazem uma só questão, titubear no título sem o time da bola do planeta e não conseguir errar uma galáxia no chute vazio passamos e olhamos a bola girar seguimos ambas as trajetórias e nos contentamos com um passar mais calmo xadrez sinuca escrever com o taco no olho da bola preta derrubar o negro rei em nós quantas vezes conseguirmos...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

e assim?


ninguém sabe passar ferro melhor que a minha tia Diva, quando com o sopro nas brasas fez lembrar ao pedro cotote de quem era o sangue que corria através das frestas do corpo do ferro fundido fundição tão bem conhecida dos avós dos tios até a sela e dobrados do maestro Diomar Simão Vieira seu pai eu presente com seis anos vendo toda a determinação dos músculos que comia-mos na sopa da tarde com couve e batatinha boiando no extrato de tomate ou no almoço cozido na panela de pressão servido no próprio caldo com feijão batido por estrela inox movimento de rotação em ordem unida arroz branco com alho e rodelas de tomate maçã intervalo da sua cruz souza cruz movimentos de vai e vem observados por baixo da porta do banheiro marfim branco da BRIGITE MONTFORT em ação...e meu padrinho cotote pálido levantou pegou seu chapéu marrom de feltro suado com fita encardida dos suores da banca de jogo de cartas e saiu pra voltar só muito tempo depois mais agradável e educado que antes até o fim de seus dias dizendo a Diva tem vergonha na cara ela tem fibra e sedas esgarçando os fios de lembrança daquela passagem de ferro de antes...

mínima, sem o Sal amargo!


quando o sangue vir não acha buraco pra entrar. quando o sangue ver acha buraco para entrar. Quanto sangue vi sem buraco para entrar? passam sem a mínima educação de um cumprimento as filhas dos directores me poupando um boa tarde de menos se fosse me relacionar só com os que já conheço não faria mais nada na vida que ficar falando que foi que comprou que sentiu que sabe que tem: aquele eterno que que que! o jornalista passa de volta e recebo uma rizada lagarto com z que não sei o que quer dizer apenas olho com o filtro verde de policarbonato gravia de uma amiga gralha padrão do exército brasileiro e sedutor da família verde oliva um exemplo a ser seguido pelas organizações das fileiras das forças armadas deste país para completar o discurso de pompa que todos merecem em certa dose de soma nos postos de todas as fronteiras de qualquer linguagem: riam só uso o indicador nesta e em qualquer tecelagem, não é que perdi os outros não é que é o mesmo que vovó usava para dizer que com ela era no dedo puxando o gatilho invisível diante de quaquer olhar vacilante.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

_UMA SAÍDA: FUMAR!


Meu amigo Ferrigno, mestre em fotografia, acende seu cachimbo com o pen drive, é que ele tem a memória do fogo, tão necessária ao ato de fotografar: a remota memória do fogo!
Nestes dias de transição dos conceitos precisamos estar atentos para com as faíscas, iscas de um pensar cifrado, dos novos signos digitais que precisam as identidades... caso o Leonardo o da Vinci colocasse o seu espelho aqui, o que leria da minha remota memória do fogo?
Ferrigno é surfista de santos, em prancha longa sabe das ondas de todos os máres, com seu cachimbo inglês e fumo perfumado, refletimos todos os boatos da casa e esperamos da coxia a deixa para a peça da semana: o x do problema?
- Não temos!
Desculpem se falo assim de um amigo, mas os amigos são nossos amigos muito antes do primeiro encontro, assim como o fogo, podem sim estarem guardados em arquivos digitais , esperando o aperto de mãos a união dos polegares em pacto de sangue sem corte algum. Quantos destes não esperamos de portas e janelas abertas vendo a fumaça espira lar?
Uma introdução dentro do gambito do rei, sem as palavras subsequentes, na moda dos baianos, diriam os metidos a escritores, com crase, que não sei onde anda, mas assim como a carta ao pai do outro naquela praga de antes, aqui me exercito, sem o exército de críticos a meu favor, e pego a portaria, rasgo, sem ver a ordem do dia.
Nos divertimos com os erros dos outros assim como se divertem com os nossos: um clichê pra ponta torta costurar seu croché de hoje. E além da via pública o que animamos com nossos corpos vai dançar além de qualquer instituição, em outras entidades...
Obrigado Amigo!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

um tipo magneto sem o tipo: times


Magneto/ todo grudadinho parece manter a linha de baixo /e esta ponta do ó lembra um boné de menino norte americano/ o e quer ser c /enquanto o s senta em posição oriental/ b aberto empunha pistola infantil/ i pequeno l/ com um pingão pensar com tipo não é mesmo fácil/ insisto e gosto de todas estas bolinhas pretas espalhadas aleatoriamente pela página como pingos balões posso adotar este magnetismo para o meu texto e justificar para ver se cabe.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

UMA SELA PRO MEU GALGO

sou bom para estilingue a minha forquilha sempre bem exercitada mostra os dois cernes de aro eira minha borracha de língua de cobra duas pontas sempre prontas ao esticar necessário as ligas das minhas meias amarram extremidades à pernas ao couro de jaracuçú disponível acomodam pedras esferas de rolemã bolinhas de gude e mamona verde sem contar feijões crus pontaria de um desviar permanente vareio marcas nas forquilhas lembrança das quedas de outros voos se a mensagem não chega é porque resposta não pode ser separada de destinatário por um que da questão do por onde merece cada alvo para a bala certa, se dividir em vírgulas vai encontrar o calcanhar do outro protegido por asas de mercúrio ou: mete ou late!

tiro dúvidas, mesmo salgado?




BARTHES E A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA
by enio
Um bom texto do prof. Ênio Leite,sobre a linguagem fotográfica,fotografia não é só equipamento como muitos pensam aqui, é ter algo a dizer, uma forma de expressão.
Nascido em 1915, Roland Barthes continua sendo, até hoje, o nome mais conhecido da semiologia de origem francesa, como o crítico que pela primeira vez aplicou o método estruturalista à analise do conteúdo fotográfico.
O autor, em 1962, inicialmente parte de um modelo simples e notório nos estudos sobre linguagem. Como em toda mensagem, a mensagem fotográfica se compõe em três partes: emissão, canal e meio receptor. A primeira e a terceira impõem abordagem de procedência sociológica. Desta, porém, escapa o eixo mesmo do fenômeno - a decifração do canal. Assim acontece porque este - no caso presente, a mensagem fotográfica - constituindo sistema próprio, é uma forma de discurso anterior à análise sociológica, não suscetível de ser por ela imediatamente apreendido, embora acrescentemos passíveis de posterior interpretação também sociológica.
Barthes descobre que a fotografia deve ser indagada como manipulação de sistemas. E como tal, deve ser analisada neste aspecto. Funciona como montagem entre sistemas prévios aí aglutinado. O propriamente fotográfico, cujos constituintes imediatos são tonalidades, linhas e superfícies e seu referido contexto. Dentro desta démarche inicial, verifica-se o sistema fotográfico caracterizado, de início, por ser uma mensagem sem código, porquanto se pretenda a pura transcrição do real.
Documento absoluto de verdade, reprodução exata da realidade. Talvez para um olhar desatento, a fotografia tenha única e absolutamente estes papéis. Já um olhar observador vai mais longe: questiona a própria existência da fotografia, discute sua importância como aparelho reprodutor de ideologia.
É isso que faz Roland Barthes, em seu livro A Câmara Clara (1980). Aborda o enigma da fotografia exatamente no ponto o da linguagem. Barthes, como todo semiólogo, quer saber qual a estrutura da linguagem fotográfica. Barthes, fiel à sua tradição cartesiana, questiona-se, antes de tudo, sobre o método a seguir. A partir disso encontra-se, em todas as fotografias por ele examinadas, dois elementos inerentes à imagem que terão denominações em latim por falta de um correspondente em francês: o studium e o punctum. Studium é, em síntese, o interesse humano, cultural e político, estimulado pela imagem fotográfica. O studium, os referentes visuais que nos tocam humanamente, culturalmente e moralmente, mas permanecem em plano impessoal, sem nos atingir de forma especial. Por outro lado, o punctum, na concepção de Barthes, seria um elemento, um detalhe inadvertido que salta da fotografia e nos trespassa como uma flecha. Punctum seria, então, uma picada, algo que nos fere, que nos "punge". Neste contexto, o punctum faz o personagem "sair da fotografia" e assumir vida à parte, sendo, portanto, uma espécie de extracampo sutil, como se a imagem lançasse o desejo para além daquilo que ela dá a ver. Nesses termos, conclui Barthes que a pintura pode muito bem simular a realidade sem jamais tê-la visto. O discurso, idem, com seus referentes muitas vezes quiméricos.
Na fotografia acontece o contrário, pois o próprio Barthes afirma que nunca poderia negar que a coisa fotografada realmente estivesse lá. Assim, vão absolutamente induvidosos dois pontos: a realidade do referente fotografado e seu passado. Uma fotografia é sempre uma imagem de algo. Está atrelada ao referente que atesta a sua existência e todo o processo histórico que o gerou. Ler uma fotografia implica em reconstituir no tempo seu assunto, derivá-lo no passado e conjugá-lo a um futuro virtual.
A foto faz um registro histórico do momento, um instante que não poderá ser reproduzido novamente, levando-se em consideração a época, os costumes e as tradições que ficam eternizados no instante fotografado. É por isso única e de caráter documental, segundo Roland Barthes. Machado, em sua obra A Ilusão Especular ressalta o mesmo caráter documental, "mas não através do que a fotografia pode dizer enquanto registro de um instante, e sim através de sua materialidade." Ou seja, para ele o que caracteriza o caráter histórico da foto é a definiçãodos elementos que a compõe enquanto um processo químico. Sua discussão trata a fotografia enquanto técnica. Barthes ressalta ainda o caráter conservador da foto. A imobilidade, fixação de um instante através da pose, é o que constitui a natureza da fotografia. A pose eterniza uma ficção e não uma realidade. A ficção decorre do fato de que a pose do fotografado é uma imagem criada, é a imagem que sequer passar, aquilo que imaginamos ser, e não o que somos.
Pode-se dizer que a foto realmente eterniza uma imagem mesmo que esta não corresponda à verdade absoluta, mas a uma verdade fabricada, aquela que sequer passar adiante. O caráter subjetivo da fotografia não pode ser desprezado. A imagem retratada, ao mesmo tempo em que apreende o real, reflete o ponto de vista de seu autor.
A falta de uma análise marxista no domínio da filosofia da linguagem, mais notadamente a fotografia e posteriormente o cinema, levaram V N Volochinov a desenvolver, no final da década de 1920, um estudo intitulado Marxismo e Filosofia da Linguagem. Ele sempre acreditou que as ideologias não podem ser tomadas como outra coisa senão como a solidariedade dos sistemas de representação do grupo social que os forjou em uma condição dada.
A concepção positivista do empirismo, que sempre se posicionou diante desse objeto de estudo, é de modo não o dialético, mas sim como algo intangível e imutável, ainda persiste. Na lingüística em si, após o positivismo, presenciamos um período marcado pela recusa de qualquer teorização dos problemas científicos, acrescentada de hostilidades oriundas dos positivistas retardatários, em relação às questões de visão de mundo. Assistimos, assim, a clara tomada de consciência dos fundamentos filosóficos dessa corrente e de sua interação com os outros domínios de conhecimento. Isso foi suficiente para transparecer a crise que a lingüística atravessa na sua inércia de solucionar problemas de maneira concreta e mais viável.
Para Volochinov, "tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo". Produto ideológico é parte da realidade, seja ela natural ou social, como todo corpo físico é instrumento de produção ou mesmo de consumo; mas, ao contrário destes, também reflete e refrata outra realidade, que lhe é exterior.
Desta forma, Volochinov parte da concepção de que tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. "Tudo que é ideológico é um signo". Portanto, sem signos não existe ideologia. O signo ideológico, dessa forma, resulta de um consenso entre indivíduos socialmente organizados, razão pela qual as suas formas de manifestação decorrem da organização dessa manifestação.
Os signos também são objetos naturais e específicos. Por outro lado, todo produto natural, tecnológico ou de consumo, pode vir a ser signo e adquirir uma atribuição que ultrapasse suas próprias particularidades. O signo não se justifica apenas como fragmento da realidade; ele também reflete e refrata uma outra, também distinta. Nesse processo, o signo pode distorcer essa realidade, ser-lhe fiel, ou ainda apreendê-la de um ponto de vista específico. Essa manipulação característica de todos os signos se justifica na medida em que todos eles estão sujeitos aos critérios de avaliação ideológica. Pode-se, então, concluir que o domínio ideológico coincide com o domínio dos signos. Portanto, "tudo que ideológico possui um valor semiótico".
As realidades materiais da ideologia são, portanto, os signos, entidades elementares que constituem todos os sistemas de representação. As ideologias, conforme vimos a partir da concepção de Volochinov, não podem ser vistas como algo diferente dessa realidade material que lhes dá corpo. Os signos são criados pelos grupos sociais no curso de suas relações, pois todo o fenômeno sígnico e ideológico é dado de uma forma material, como som, massa física, cor, movimento corporal e outras. Assim, a realidade do signo totalmente objetiva e unitária, pois o signo é um fenômeno do mundo exterior.
A definição clássica do signo seria "aquilo que está no lugar de alguma coisa". Generalizando, o signo existe para remeter alguma coisa fora dele mesmo, ou melhor, para representar algo que não é dele próprio. Mas, para Volochinov, essa representação ocorre de forma dupla e contraditória: os signos refletem e refratam a realidade visada pela representação. A modificação do signo é resultante do fato de que o mesmo não é uma entidade autônoma que representa os fenômenos do mundo com "pureza", sem qualquer mediação. Os instrumentos, os sujeitos, juntamente com os sinais materiais por eles constituídos, se interpõem na produção dos signos como elementos de refração da realidade e elementos que manipulam os sentidos segundo especificidades de sua realidade material, processo histórico e lugar na hierarquia social.
Portanto, o signo já é caracterizado pela natureza de classe do grupo que o produz: dentro do conflito de classes, a produção social do signo é a síntese das necessidades, interesses e estratégias da intervenção de cada classe social.Conceber o sistema de signos como uma estrutura estável e independente dos agentes que o produzem constitui uma abstração científica que leva a lugar nenhum. "As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios".
Abrindo um pouco mais esta discussão, Giséle Freund coloca "que toda a variação na estrutura social influi tanto no tema, como nas modalidades de expressão artística". No século XIX, era da máquina e do capitalismo moderno, notou-se como se modificava não só o caráter dos rostos nos retratos fotográficos, como também a técnica da obra de arte.Sabemos que as super-estruturas evoluem muito mais lentamente que as infra-estruturas, e, dessa forma, foi preciso mais de meio século para que a modificação ocorrida nas relações de produção fizesse sentir seus efeitos em todos os domínios da cultura. Assim, as transformações das formas de representação são resultantes de uma necessidade social muito específica, gerada pelo processo histórico pertinente, vinculada à ascensão burguesa em seu apogeu mercantilista.
O renascimento mercantilista já tinha lançado suas primeiras sementes para que o advento industrial pudesse multiplicar em larga escala esta nova concepção de mundo e finalmente gerar profundas transformações em todos os segmentos lingüísticos da sociedade. No entanto, se o avanço tecnológico a que o processo fotográfico está submetido for considerado, tem-se subsídios para contestar o seu caráter documental. Hoje não é mais possível aceitar a foto como conservadora ou como um processo que eterniza um instante. A tecnologia digital pode criar e recriar situações surreais. Pode acrescentar ou suprimir informações. Mas, este não é um privilégio único da era digital. A manipulação ou o "retoque fotográfico" sempre esteve presente, desde seu advento como "ferramenta".
O fato de a fotografia ser uma analogia do real não é suficiente para lhe conferir uma credibilidade imediata e absoluta; caso contrário, estaríamos lhe atribuindo um valor falso, um poder ilusório. Este poder da fotografia em falsificar os fatos e privilegiar os interesses de uma minoria dominante, foi amplamente utilizado pelos regimes políticos mais radicais para perpetuar a sua força, como se pode perceber no processo da nova ordem política que sucedeu a Revolução Russa, ou mesmo durante o governo de Mao Tse Tung, ou ainda na propagação do discurso nazi-fascista, que utilizaram amplamente a informação fotográfica, como falsa verdade.
Nesse período era comum "fabricar fotos" reconstituindo, muito tempo depois, fatos históricos isolados e sob o prisma de quem detinha as rédeas do poder. Os exemplos clássicos são as fotos da tomada do Palácio de Inverno de Petrogrado ou ainda a "Grande Marcha" de Mao Tse Tung. A manipulação não para por aí. Assiste-se assim não somente a eliminação da própria história e, conseqüentemente, das fotos que a testemunharam, mas também das personalidades que durante a implantação dos novos regimes passaram a não ser mais interessantes para as suas respectivas diretrizes governamentais. Havia também formas mais simples de falsear - sempre de baixo para cima - para enaltecer a grandeza do momento ou da personalidade em questão.
Outro ponto discutido por Barthes e que merece destaque é o fato da fotografia ressuscitar sentimentos ou, como diz o autor, ressuscitar o "morto". Esta é uma qualidade da foto que independe de seu tempo e do modo como foi produzida e pode atuar tanto em âmbito particular como coletivo. Em nível particular, uma foto pode reavivar sentimentos relativos a alguém que não está mais presente, ou trazer, por instantes, sensações vividas em determinada época e que já não existem mais.
De acordo com Barthes, a fotografia fixa um tempo que não volta, conserva, congela um momento por assim dizer. Completando seu pensamento, pode-se afirmar que a foto possui um caráter manipulador, mas conservador sob determinados aspectos, e não incondicionalmente. A fotografia, de fato, não representa apenas o resultado de um simples "clique".
A subjetividade que lhe é própria pode mentir, provocar, chocar, gerar cumplicidade, evocar sensações sensuais ou de dor, movimento, odor, som, etc. Proporciona prazer estético, e, também, manipular a opinião pública em favor dos interesses do próprio autor ou de seus respectivos "mecenas".
Toda arte é condicionada pelo seu tempo em consonância com idéias, aspirações, necessidades e esperanças de uma situação histórica em particular. Mas ao mesmo tempo, a arte supera essa limitação e, dentro do momento histórico, cria também um momento de superação que permite continuidade no seu desenvolvimento. O próprio fotógrafo exercita um trabalho intelectual. Raciocina, sente e produz por meio de seu intelecto criativo, padrão cultural, técnica e experiência de vida. A boa fotografia é resultado de árduo projeto e não um mero "acidente fotográfico".
Na fotografia existe a necessidade de se referir à linguagem da imagem. Um analfabeto não compreende o texto de jornal, mas pode ler parte das imagens, ainda que a mesma seja captada por processo "subliminar". O segundo motivo é o conhecimento dos elementos que compõem a imagem. Uma fotografia representando objetos ou fatos desconhecidos é tão ilegível quanto um texto escrito em idioma que não se conhece. A fotografia é um objeto antropologicamente novo e seu idioma comum pertence ao mesmo meio sócio-cultural.
Não se pode afirmar que a linguagem fotográfica é universal. Não há imagem fotográfica que possa ser interpretada da mesma maneira por diferentes povos. A própria história de vida do indivíduo e a classe sócio-econômica na qual está inserido também é um fator a ser considerado. A leitura de um texto se inicia com uma ação óptica e mental que se desenvolve simultaneamente, mediada por um contexto bio-social no qual o leitor já se encontra plenamente incorporado. O leitor primeiramente decifra as letras, para depois assimilar o sentido de cada palavra, estabelecer as relações entre as palavras e por fim tomar conhecimento da frase. Na fotografia, o processo de leitura, como veremos mais adiante, decompostos em três fases: a percepção, a identificação e, consequentemente, a interpretação.
Este processo diferenciado de leitura provoca reações emocionais mais espontâneas e mais intensas do que a leitura de um texto. Quando se lê um texto, as reações psicológicas também se desencadeiam imediatamente, por meio do sentido das palavras e das frases é, antes de tudo, mediado pela imaginação, para depois ser traduzido em imagens mentais. Na leitura da imagem fotográfica há um amplo e direto desencadeamento das reações emocionais e subliminares, pois esta já suprimiu essa fase intermediária que concebe mentalmente a imagem.
Desta forma, a fotografia de imprensa não tem condições de fornecer a decantada informação complementar, pois ela tem a necessidade de transmitir uma informação autônoma e não de complementar a informação já apreendida pelo texto. Ela deve fornecer um outro nível de informação que somente a linguagem fotográfica poderá transmitir. E essa linguagem somente se completará se forem utilizados todos os recursos visuais inerentes da fotografia, seja como forma de expressão, como técnica, ou ainda como mero documento.
Assim sendo, a linguagem fotográfica autêntica é, antes de tudo, uma necessidade. É importante que ela exprima os acontecimentos de maneira clara e sem a mínima sombra de dúvidas, e que situe a sua mensagem dentro de um espaço e de uma época. A imagem deve estar em sintonia com uma situação específica, vivida pela cidade e pelo local na qual ela se originou, e não com um país qualquer.
Examinando melhor os clássicos da fotografia, como W. Eugene Smith, Henri Cartier-Bresson e mesmo o fotojornalista brasileiro Sebastião Salgado, notamos que foi justamente por possuírem sujeito e circunstância que suas imagens puderam corresponder a certo momento determinado e não a qualquer momento aleatório da história moderna. O ambiente em si das imagens produzidas não é simplesmente um cenário ou uma paisagem. Essas imagens já identificam momentos de uma situação específica vivida somente naquele lugar, e não em outro qualquer. Sem fazer exotismos paisagísticos, ou fotos turísticas se pode perceber que dentro do imobilismo daquele fragmento do real, havia ambientes e fatos na expectativa de transformação.
Para saber mais:BAKHTIN, M. - Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo, Huditec, 1986.BARTHES, R. - A Mensagem Fotográfica. Teoria de Cultura de Massas. Adordo et al. Luis Costa Lima, org - #. Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982.BARTHES, R. - A Câmera Clara. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980.MACHADO, A. - A Ilusão Especular: Introdução à Fotografia. São Paulo, Brasiliense / FUNARTE / Inst.Nac.Fotografia, 1984.PIGNATARI, D. - Informação. Linguagem. Comunicação. São Paulo, Perspectiva, s/d.SONTAG, S. - Ensaios Sobre a Fotografia. Rio de Janeiro, Arbor, 1981.
FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIACURSOS DE FOTOGRAFIA, FOTOGRAFIA DIIGTAL,PHOTOSHOP, ENSINO PROFISISONALIZANTE, DESDE 1975 http://www.escolafocus.net/
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tão negro quanto qualquer presidente sem o WALDEN.


upa que jardim cerrado legal vou dizer pro carmelino que é o meu quintal.opa fico falando onde ando e eles querem me pegar ontem me bateram na trazeira do carro que flexão fez:francês.opi que bobinho este textinho cheio de pontinhos sem espaço de dizer corpo na estrada de terra só com os bichinhos do mato cerrado.opu poder tomar água no bebedeuro da administração sem ver nem um funcionário e usar o banheiro com sabonete especial de porta aberta.opo vi dois tolos fazendo ioga sem iogar que iôga é linguagem oriental que me orienta enquanto não escrevo o manual de todos os clichês sendo este um pequeno modelo pontuado.ponto inicial...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sem gostar de História


O alemão em Revista, uma versão Com o fim da Segunda Guerra Mundial, marca também uma mudança na recepção: Nietzsche. a partir do seu estatuto como filósofo do Terceiro Reich, à de um bode expiatório. Esta mudança foi, por exemplo, iniciada por Otto Flake com o seu "Rückblick auf eine Philosophie" de 1946, que, para além de trabalhar em uma conseqüentemente uma interpretação de Nietzsche, das faces do poli-perspectivismo, já naquela época, trabalhava em Nietzsche a reputação ,deixando espaço para a possibilidade de ele ter sido homosexinclinado. Esta mudança na percepção de Nietzsche também pode ser notada em Thomas Mann cuja casa deuses Nietzsche uma vez pertencia. Contrariamente a isto, na França Nietzsche impacto permaneceu. inalterada até hoje, e por seu turno a Alemanha da geração de 1968 befriended o filósofo com o martelo novamente Nietzsche teria sido encantado sobre o impacto dos seus pensamentos animado sobre o francês que ele sabia da Europa Flatland e os seus alemães muito bem de quem um abuso e com ela na verdade uma falta de compreensão do seu pensamento foi o que se poderia esperar ao contrário do que ele, avaliado a sensibilidade do espírito francês. Mais recentemente saquearam Nietzsche de tal forma para o seu próprio park, que se esforça No que diz respeito a todas as faces de uma destas perspectivas de interpretação. professor de Filosofia o jovem Nietzsche Nietzsche bem como co-editor justamente ressalto que já é tempo para o desenvolvimento de uma compreensão da filosofia de Nietzsche a partir de uma perspectiva genética que orienta-se em Nietzsche ele próprio Afinal existe um grande número de textos da juventude de Nietzsche. sem o conhecimento de que Nietzsche, pensamento e as suas origens, bem como Nietzsche tem importância para nós hoje, não pode ser devidamente avaliado, Portanto a seguir serve como um exame de Nietzsche do desenvolvimento pessoal, bem como do seu desenvolvimento como um escritor, até o início de sua universidade, anos, Este período pode ser facilmente dividido em três secções a saber:1844 - Abril de 1850 em sua infância Röcken 1850 - 1858 anos como um aluno em Naumburg 1858 - Setembro de 1864 anos como um estudante de liceu Schulpforta A partir de 1850, relativamente, existem algumas cartas, Nietzsche escrevia como um aluno aos membros da sua família principalmente durante períodos de férias naturalmente só após a sua inscrição como estudante de Pforta em 1858 quando ele estava separado de sua família fez sua correspondência com eles aumentar O rapaz da composição poética e tentativas começou em 1854 Tanto no que diz respeito a um tempo- panorâmica- Voltemos. em outubro de 1844 Karl Ludwig Nietzsche Friedrich do pai nasceu em 10 de outubro de 1813 pelo Eilenburg perto de Leipzig como filho do Superintendente Doutor em Divindade Friedrich August Ludwig Nietzsche (1756-1826) e de sua mãe Dorothea Erdmuthe Krause (1778 -- 1856)em seu primeiro casamento havia sido casada com o advogado-Krüger Tribunal de Weimar e tal como o fizeram Goethe experimentou a ocupação de Weimar pelo francês e é muito provável que ela conhecia Karl Ludwig ele próprio também tinha estudado teologia e primeiro trabalhou como o educador da princesa em Altenburg Ducal no Tribunal Em 1842 sobre o mais alto comando por parte do rei prussiano Friedrich Wilhelm IV ele recebeu o cargo de Pastor na aldeia de Röcken Lützen próximo na província da Saxónia e com sua mãe e suas irmãs de ambos ele criou o seu agregado familiar Em 10 de outubro de 1843 em seu 30o aniversário ele casou com a filha do seu colega David Ernst Oehler proximidades da aldeia de Pobles O então-17-anos mais velha Franziska Oehler Ernestine Rosaura nasceu em Pobles em 2 de fevereiro de 1826 como o sexto (de onze) crianças do Pastor David Ernst Oehler (1787 - 1859) e sua mãe Johanna Elisabeth Wilhelmine Hahn (1794 -- 1876) Os Locais de Nietzsche na Juventude Quando um leva um olhar mais atento ao Nietzsche segue a sua árvore genealógica e os traços de volta no tempo uma será preenchida por poucas surpresas no que diz respeito à relação com Nietzsches & Richard Wagner. através de sua mãe e os irmãos Schlegel: o Romantismo precoce através de seu pai e ao Campo Marshall Gneisenau, através de seu pai Nietzsche ,o pai é descrito como muito talentoso e consciente, ele também foi ver a mística e jogado ao piano excelente, especialmente quando improvisando livremente, seu filho obviamente herdou este talento dele, é relatado que ele ouviu o pai tocar piano quando ele tinha apenas um ano de idade, uma memória que ficaria com ele para o resto de sua vida. Sua mãe Franziska que poderia simplesmente parar de brincar com bonecas dela, pouco antes de ela conhecer seu futuro marido, é relatado como tendo sido uma moleque e como tendo sido muito bonita, assim ele imediatamente atraído por ela já ficaram um pouco formal e Karl Ludwig Niezsche que já estava vinculado à família e aos seus deveres profissionais, Em 15 de outubro de 1844 o aniversário do Rei Friedrich Wilhelm que o seu filho nasceu e foi nomeado após este monarca Nietzsche tinha conhecido o pai do rei prussiano uma vez e lá existia ainda esperança que ele teria uma chance de se tornar pastor no Tribunal. Karl Ludwig Nietzsche Franziska Ernestine Rosaura Nietzsche: "Tu abençoado mês de Outubro em que vários anos todos os acontecimentos importantes na minha vida ocorreram o que estou enfrentando hoje porém é o maior o mais maravilhoso evento ainda estou prestes a batizar meu bebê Oh tu abençoado momento oh santo trabalho ser abençoado em nome do Senhor Com o coração mais profundamente emocionado eu exclamo Então traga a mim o meu querido filho para quem eu dedico-o para o Senhor Meu filho Friedrich Wilhelm esta é a forma como você será chamado na terra em memória do meu benfeitor Real em cujo aniversário você nasceu " Estas foram as palavras de Karl Ludwig na cerimônia batismal que ele declarou no próprio Röcken Igreja. certo de um vídeo: Röck-ARTE / Nietzsche-Biografia . Segundo o relatório da sua irmã, Friedrich aprendeu a falar muito tarde na idade de 2anos & 1 / 2 mas depois tudo mais rápidos e ele começou a aprender a ler e escrever muito cedo ou seja na idade de quatro anos De seu 5o aniversário ontário ele freqüentou escola em Röcken de uma hora diariamente Em geral a veracidade de Nietzsche e a irmã e relatórios sobre a juventude do "Fritz" não é um assunto fácil de determinar já em 1895 Nietzsche e a mãe nota que em sua biografia Nietzsche Elisabeth foi fantasiando "extraordinariamente afinal não tenho testemun-há tudo bem também jogou jogos com eles e estes foram por qualquer meio como "intelectual" como ela descreve mas isso não importa " É também nonsene "que Fritz teria 2 ½ anos de idade quando ele aprendeu a falar e que tinha consultado o médico, o último , tinham grande prazer com o forte rapaz, no entanto quando o frio não falar ainda ,como ele, era suposto que de acordo com sua idade, eu mencionei isso para ele de passagem que ele não quer falar ainda ele respondeu: "você está dando muita atenção aos seus sinais e gestos, com os quais exprimo a sua vontade! ", de modo que, a partir de então, eu não faria isso, mais nada." . . . "Em resumo, a biografia ea ficção é a verdade." Em qualquer caso, a irmã dele, ele descreveu como "muito apaixonado, que ele, porém, não gosto de ouvir. mais tarde, uma vez que ele, de acordo com a Nietzsche-tradição familiar . aprenderam a controlar, numa fase precoce. Bem, estes "auto-controles", não caem do céu, na casa do pastor existiam várias "tranqüilizantes" para os apaixonados, mas ainda "mudo"a criança. Quando ele chorou por razões desconhecidas o seu pai foi convidado a "fazer música "e imediatamente" Fritz ficou tão tranquilo como um rato, orelhas erectas em seu pequeno carro e não tirou os olhos, afastados do jogador . O segundo e terceiro tranqüilizante provavelmente ambos igualmente eficazes, são descritos por Nietzsche ao pai numa carta de 1846: "Irmão Fritz é um garoto selvagem que por vezes só pode estar sob controle por seu pai uma vez que a barra não está distante do último no entanto existe agora um outro mais poderoso auxiliar que é Cristo que já ganhou o menino da cabeça e do coração para que ele não deseje ouvir qualquer outra coisa mas falou de «heile Kist! Aqui vemos dentro do espaço mais próximo um duplo e com ele também duplamente infeliz condicionado do desespero da criança que também não pode defender-se fisicamente por meio de punição física por um lado o livre desenvolvimento emocional que é afetado negativamente assim as forças de volta para a criança mais cedo na infância e ao mesmo tempo Christianismo a doutrinação tem lugar Que impressão ele deve ter feito sobre o pequeno Fritz quando viu seu pai pastor de toga como o centro de culto de domingo Röcken na igreja cujo o merito na investigação sobre o jovem Nietzsche menciono vê aqui o "princípio da Pietá" no trabalho em que o filho da própria vontade tem que ser quebrado para que a criança possa ser posteriormente aberta para a vontade dos Deuses ele próprio comenta Religião moral fixa escrevo aqui que o pai de Nietzsche utiliza dos meios disponíveis para atingir um objetivo ou seja para quebrar o seu primeiro-nascido filho da própria vontade e para fixar sobre religião e moralidade paternal. Em 10 de julho de 1846 ainda a sua mãe deu ao nascimento de sua irmã Elisabety para o primeiro-nascido apresenta evidentemente uma interrupção de sua mãe exclusiva. da Atenção sobre ele, uma vez que até para esse tempo ela foi capaz de prestar atenção nessa criança, afinal a sua sogra e sua tia teve o cuidado do lar, Inevitavelmente em fevereiro de 1848 Franziska Nietzsche já deu à luz a seu terceiro filho, Joseph Ludwig que trouxe com ele ainda menos atenção ao seu filho primogênito. Neste momento mesmo a Revolução de 1848 teve o seu efeito sobre a aldeia uma vez que o pastor da casa teve de acomodar Husars como Nietzsche. relatada em seu curriculum vitae de maio 1861. Embora Ludwig Feuerbach foi para Frankfurt e na Primavera de 1849 realizou suas conferências sobre a "essência da religião"uma dupla tragédia desceu sobre o Nietzsche. família. Em agosto de 1848 o Pastor Nietzsche adoeceu com seu "nervo cepa" e "cérebro afeto" Elisabeth que mais tarde tentou explicar com uma suposta queda de seu pai a partir da escada Fried no seu curriculum vitae de 1858 falou de seu pai "de repente adoecer emocionalmente" e da consulta do médico diagnosticar um "amolecimento do cérebro." "Meu amado pai teve de suportar dor incrível mas a doença não quis ficar para trás em vez disso ele cresceu de dia para dia Finalmente mesmo a sua visão estava perdida e na eterna escuridão ele teve que agüentar o resto do seu sofrimento " Ele considerado o pai da doença ter sido hereditários e fugiu com ela, ele mesmo, para todos de sua vida Finalmente seu pai morreu em 30 de julho de 1849 o que poderia ter causado a criança durante todo este tempo tem obviamente... não ouviu todas as incontáveis orações de sua família é de pouca monta Fritz para salvar seu pai e assim e com razão suspeitos em Nietzsche já aqui um impulso interiormente para retirar da religião cristã Ele faz isso como por exemplo referindo-se ao n º 72 em "Menschliches Allzumenschliches", na qual a morte do seu pai é visto como fonte de Nietzsche: apaixonada indignação!

antes da fresta editar o Heráclito do paulinho...

"Sem ter sido mestre, Heráclito escreveu um livro Sobre a Natureza, em prosa, no dialeto jônico, mas de forma tão concisa que recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro. Floresceu em 504-500 a.C. - Heráclito é por muitos considerados o mais eminente pensador pré-socrático, por formular com vigor o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Estabeleceu a existência de uma lei universal e fixa (o Lógos), regedora de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal, harmonia feita de tensões, "como a do arco e da lira".
Filosofia de Heráclito
Heráclito concebe o próprio absoluto como processo, como a própria dialética. A dialética é:
A. Dialética exterior, um raciocinar de cá para lá e não a alma da coisa dissolvendo-se a si mesma;
B. Dialética imanente do objeto, situando-se, porém, na contemplação do sujeito;
C. Objetividade de Heráclito, isto é, compreender a própria dialética como princípio.
É o progresso necessário, e é aquele que Heráclito fez. O ser é o um, o primeiro; o segundo é o devir - até esta determinação avançou ele. Isto é o primeiro concreto, o absoluto enquanto nele se dá a unidade dos opostos. Nele encontra-se, portanto, pela primeira vez, a idéia filosófica em sua forma especulativa; o raciocínio de Parmênides e Zenão é entendimento abstrato; por isso Heráclito foi tido como filósofo profundo e obscuro e como tal criticado.
O que nos é relatado

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da filosofia de Heráclito parece, à primeira vista, muito contraditório; mas nela se pode penetrar com o conceito e assim descobrir, em Heráclito, um homem de profundos pensamentos. Ele é a plenitude da consciência até ele - uma consumação da idéia na totalidade que é o início da Filosofia ou expressa a essência da idéia, o infinito, aquilo que é.
O Princípio Lógico
O princípio universal. Este espírito arrojado pronunciou pela primeira vez esta palavra profunda: "O ser não é mais que o não-ser", nem é menos; ou ser e nada são o mesmo, a essência é mudança. O verdadeiro é apenas como a unidade dos opostos; nos eleatas, temos apenas o entendimento abstrato, isto é, apenas o ser é. Dizemos, em lugar da expressão de Heráclito: O absoluto é a unidade do ser e do não-ser. Se ouvimos aquela frase "O ser não é mais que o não-ser", desta maneira, não parece, então, produzir muito sentido, apenas destruição universal, ausência de pensamento. Temos, porém, ainda uma outra expressão que aponta mais exatamente o sentido do princípio. Pois Heráclito diz: "Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo". E Platão ainda diz de Heráclito: "Ele compara as coisas com a corrente de um rio - que não se pode entrar duas vezes na mesma corrente"; o rio corre e toca-se outra água. Seus sucessores dizem até que nele nem se pode mesmo entrar, pois que imediatamente se transforma; o que é, ao mesmo tempo já novamente não é. Além disso, Aristóteles diz que Heráclito afirma que é apenas um o que permanece; disto todo o resto é formado, modificado, transformado; que todo o resto fora deste um flui, que nada é firme, que nada se demora; isto é, o verdadeiro é o devir, não o ser - a determinação mais exata para este conteúdo universal é o devir. Os eleatas dizem: só o ser é, é o verdadeiro; a verdade do ser é o devir; ser é o primeiro pensamento enquanto imediato. Heráclito diz: Tudo é devir; este devir é o princípio. Isto está na expressão: "O ser é tão pouco como o não-ser; o devir é e também não é". As determinações absolutamente opostas estão ligadas numa unidade; nela temos o ser e também o não-ser. Dela faz parte não apenas o surgir, mas também o desaparecer; ambos não são para si, mas são idênticos. É isto que Heráclito expressou com suas sentenças. O não ser é, por isso é o não-ser, e o não-ser é, por isso é o ser; isto é a verdade da identidade de ambos.
É um grande pensamento passar do ser para o devir; é ainda abstrato, mas, ao mesmo tempo, também é o primeiro concreto, a primeira unidade de determinações opostas. Estas estão inquietas nesta relação, nela está o princípio da vida. Com isto está preenchido o vazio que Aristóteles apontou nas antigas filosofias - a falta de movimento; este movimento é aqui, agora mesmo, princípio.
É uma grande convicção que se adquiriu, quando se reconheceu que o ser e o nada são abstrações sem verdade, que o primeiro elemento verdadeiro é o devir. O entendimento separa a ambos como verdadeiros e de valor; a razão, pelo contrário, reconhece um no outro, que num está contido seu outro - e assim o todo, o absoluto deve ser determinado como o devir.
Heráclito também diz que os opostos são características do mesmo, como, por exemplo, "o mel é doce e amargo" - ser e não-ser ligam-se ao mesmo. Sexto observa: Heráclito parte, como os céticos, das representações correntes dos homens; ninguém negará que os sãos dizem do mel que é doce, e os que sofrem de icterícia que é amargo - se fosse apenas doce, não poderia modificar sua natureza através de outra coisa e assim também para os que sofrem de icterícia seria doce. Zenão começa a sobressumir os predicados opostos e aponta no movimento aquilo que se opõe - um por limites e um sobressumir os limites; Zenão só exprimiu o infinito pelo seu lado negativo - , por causa de sua contradição, como o não verdadeiro. Em Heráclito, vemos o infinito como tal expresso como conceito e essência: o infinito, que é em si e para si, é a unidade dos opostos e, na verdade, dos universalmente opostos, da pura oposição, ser e não-ser. Tomamos nós o ente em si e para si, não a representação do ente, do pleno, assim o puro ser é o pensamento simples, em que todo o determinado é negado, o absolutamente negativo - nada é o mesmo, apenas este igual a si mesmo - , passagem absoluta para o oposto, ao qual Zenão não chegou! "Do nada, nada vem." Em Heráclito o momento da negatividade é imanente; disto trata o conceito de toda a Filosofia.
Primeiro tivemos a abstração de ser e não-ser, numa forma bem imediata e universal; mais exatamente, porém, também Heráclito concebeu as oposições de maneira mais determinada. É esta unidade de real e ideal, de objetivo e subjetivo; o objetivo somente é o devir subjetivo. Este verdadeiro é o processo do devir; Heráclito expressou de modo determinado este pôr-se numa unidade das diferenças. Aristóteles diz, por exemplo, que Heráclito "ligou o todo e o não-todo" (parte) - o todo se torna parte e a parte o é para se tornar o todo - , o "que se une e se opõe", do mesmo modo, "o que concorda e o dissonante"; e de que de tudo (que se opõe) resulta um, e de um tudo. Este um não é o abstrato, a atividade de dirimir-se; a morta infinitude é uma má abstração em oposição a esta profundidade que vemos em Heráclito. Sexto Empírico cita o seguinte que Heráclito teria dito: A parte é algo diferente do todo; mas é também o mesmo que o todo é; a substância é o todo e a parte. O fato de Deus ter criado o mundo Ter-se dividido a si mesmo, gerado seu Filho, etc. - todos estes elementos concretos estão contidos nesta determinação. Platão diz, em seu Banquete, sobre o princípio de Heráclito: "O um, diferenciado de si mesmo, une-se consigo mesmo" - este é o processo da vida, "como a harmonia do arco e da lira". Deixa então que Erixímaco, que fala no Banquete, critique o fato de a harmonia ser desarmônica ou se componha de opostos, pois que a harmonia se formaria de altos e baixos, mas da unidade pela arte da música. Mas isto não contradiz Heráclito, que justamente quer isto. O simples, a repetição de um único som não é harmonia. Da harmonia faz parte a diferença; é preciso que haja essencial e absolutamente uma diferença. Esta harmonia é precisamente o absoluto devir, transformar-se - não devir outro, agora este, depois aquele. O essencial é que cada diferente, cada particular seja diferente de um outro - mas não de um abstrato qualquer outro, mas de seu outro; cada um apenas é, na medida em que seu outro em si esteja consigo, em seu conceito. Mudança é unidade, relação de ambos a um, um ser, este e o outro. Na harmonia e no pensamento concordamos que seja assim; vemos, pensamos a mudança, a unidade essencial. O espírito relaciona-se na consciência com o sensível e este sensível é seu outro. Assim também no caso dos sons; devem ser diferentes, mas de tal maneira que também possam ser unidos - e isto os sons são em si. Da harmonia faz parte determinada oposição, seu oposto, como nas harmonia das cores. A subjetividade é o outro da objetividade, não de um pedaço de papel - o absurdo disto logo se mostra - , deve ser seu outro, e nisto reside sua identidade; assim cada coisa é o outro do outro enquanto seu outro. Este é o grande princípio de Heráclito; pode parecer obscuro, mas é especulativo; e isto é, para o entendimento que segura para si o ser, o não-ser, o subjetivo e objetivo, o real e o ideal, sempre obscuro.
Os Modos da Realidade
Heráclito não ficou parado, em sua exposição, nesta expressão em conceitos, no puro lógico, mas além desta forma universal, na qual expôs seu princípio, deu à sua idéia também uma expressão real. Esta figura pura é precipuamente de natureza cosmológica, ou sua forma é mais a forma natural; por isso, é incluído ainda na Escola Jônica, e com isto deu novos impulsos à filosofia da natureza. Sobre esta forma real de seu princípio os historiadores, contudo, não estão de acordo entre si. A maioria diz que ele teria posto a essência ontológica como fogo, outros dizem que como ar, outros dizem que antes o vapor que o ar; mesmo o tempo é citado, em Sexto, como o primeiro ser do ente. A questão é a seguinte: Como compreender esta diversidade? Não se deve absolutamente crer que se deva atribuir estas notícias à negligência dos escritores, pois as testemunhas são as melhores, como Aristóteles e Sexto Empírico, que não falam destas formas de passagem, mas de modo bem determinado, sem, no entanto, chamar a atenção para estas diferenças e contradições. Uma outra razão mais próxima parece-nos resultar da obscuridade do escrito de Heráclito, o qual, na confusão de seu modo de expressão, poderia dar motivos para mal-entendidos. Mas, considerando mais detidamente, esta dificuldade desaparece; esta mostra-se mais para uma análise superficial; no conceito profundo de Heráclito acha-se a verdadeira saída deste empecilho. De maneira alguma podia Heráclito afirmar, como Tales, que a água ou o ar ou coisa semelhante seria a essência absoluta; e não o podia afirmar como um primeiro donde emanaria o outro, na medida em que pensou ser como idêntico como o não-ser ou no conceito infinito. Assim, portanto, a essência absoluta que é não pode surgir nele como uma determinidade existente, por exemplo, a água, mas a água enquanto se transforma, ou apenas o processo.
A. - Processo abstrato, tempo. Heráclito, portanto, disse que o tempo é o primeiro ser corpóreo, como exprime Sexto. "Corpóreo" é uma expressão inadequada. Os céticos escolhiam muitas vezes as expressões mais grosseiras ou tornavam os pensamentos grosseiros para mais facilmente liquidá-los. "Corpóreo" significa sensibilidade abstrata; o tempo é a intuição abstrata do processo; diz que ele é o primeiro ser sensível. O tempo, portanto, é a essência verdadeira. Na medida em que Heráclito não parou na expressão lógica do devir, mas deu a seu princípio a forma de um ente, deduz-se disto que primeiro tinha que oferecer-se a forma do tempo; pois precisamente, no sensível, no que se pode ver, o tempo é o primeiro que se oferece como o devir; é a primeira forma do devir. Enquanto intuído, o tempo é o puro devir. O tempo é puro transformar-se, é o puro conceito, o simples, que é harmônico a partir de absolutamente opostos. Sua essência é ser e não-ser, sem outra determinação - ser puro e abstrato não-ser, postos imediatamente numa unidade e ao mesmo tempo separados. Não como se o tempo fosse e não fosse, mas o tempo é isto: no ser imediatamente não-ser e no não-ser imediatamente ser - esta mudança de ser para não-ser, este conceito abstrato, é, porém, visto de maneira objetiva, enquanto é para nós. No tempo não é o passado e o futuro, somente o agora; e este é, para não ser, está logo destruído, passado - e este não-ser passa, do mesmo modo, para o ser, pois ele é. É a abstrata contemplação desta mudança. Se tivéssemos de dizer como aquilo que Heráclito reconheceu como a essência existe para a consciência, nesta pura forma em que ele o reconheceu, não haveria outra que nomear a não ser o tempo; é, por conseguinte, absolutamente certo que a primeira forma do que devém é o tempo; assim isto se liga ao princípio do pensamento de Heráclito.
B. - A forma real como processo, fogo. Mas este puro conceito objetivo deve realizar-se mais. No tempo estão os momentos, ser e não-ser, postos apenas negativamente ou como momentos que imediatamente desaparecem. Além disso, Heráclito determinou o processo de um modo mais físico. O tempo é intuição, mas inteiramente abstrata. Se quisermos representar-nos o que ele é, de modo real, isto é, expressar ambos os momentos como uma totalidade para si, como subsistente, então levanta-se a questão: que ser físico corresponde a esta determinação? O tempo, dotado de tais momentos, é o processo; compreender a natureza significa apresentá-la como processo. Este é o elemento verdadeiro de Heráclito e o verdadeiro conceito; por isso, logo compreendemos que Heráclito não podia dizer que a essência é o ar ou a água ou coisas semelhantes, pois eles mesmos não são (isto é o próximo) o processo. O fogo, porém, é o processo: assim afirmou o fogo como a primeira essência - e este é o modo real do processo heracliteano, a alma e a substância do processo da natureza. Justamente no processo distinguem-se os momentos, como no movimento: 1. o puro momento negativo, 2. os momentos da oposição subsistente, água e ar, e 3. a totalidade em repouso, a terra. A vida da natureza é o processo destes momentos: a divisão da totalidade em repouso da terra na oposição, o pôr desta oposição, destes momentos - e a unidade negativa, o retorno para a unidade, o queimar da oposição subsistente. O fogo é o tempo físico; ele é esta absoluta inquietude, absoluta dissolução do que persiste - o desaparecer de outros, mas também de si mesmo; ele não é permanente. Por isso compreendemos (é inteiramente conseqüente) por que Heráclito pode nomear o fogo como o conceito do processo de sua determinação fundamental.
C. - O fogo está agora mais precisamente determinado, mais explicitado como processo real; ele é para si o processo real, sua realidade é o processo todo no qual, então, os momentos são determinados mais exata e concretamente. O fogo, enquanto o metamorfosear-se das coisas corpóreas, é mudança, transformação do determinado, evaporação, transformação em fumaça; pois ele é, no processo, o momento abstrato do mesmo, não tanto o ar como antes a evaporação. Para este processo Heráclito utilizou uma palavra muito singular: evaporação (anathymíasis) (fumaça, vapores do sol); evaporação é aqui apenas a significação superficial - é mais: passagem. Sob este ponto de vista, Aristóteles diz de Heráclito que, segundo sua exposição, o princípio era a alma, por ser ela a evaporação, o emergir de tudo, e este evaporar-se, devir, seria o incorpóreo e sempre fluído. As determinações mais próximas deste processo real são, em parte, falhas e contraditórias. Sob este ponto de vista, afirma-se, em algumas notícias, que Heráclito teria determinado o processo assim: "As formas (mudanças) do fogo são, primeiro, o mar e, então, a metade disto, terra, e a outra metade, o raio" - o fogo em sua eclosão. Este é universal e muito obscuro. A natureza é assim esse círculo. Neste sentido ouvimo-lo dizer: "Nem um deus nem um homem fabricou o universo mas sempre foi e é e será um fogo sempre vivo, que segundo suas próprias leis (métro) se acende e se apaga.". Compreendemos o que Aristóteles cita, que o princípio é a alma, por ser a evaporação, este processo do mundo que a si mesmo se move; o fogo é a alma. No que se refere ao fato de Heráclito afirmar que o fogo é vivificante, a alma, encontra-se uma expressão que pode parecer bizarra, isto é, que a alma mais seca é a melhor. Nós certamente não tomamos a alma mais molhada como a melhor, mas, pelo contrário, a mais viva; seco quer dizer aqui cheio de fogo: assim a alma mais seca é o fogo puro, e este não é a negação do vivo, mas a própria vida. Para retornar a Heráclito: ele é aquele que primeiro expressou a natureza do infinito e que compreendeu a natureza como sendo em si infinita, isto é, sua essência como processo. É a partir dele que se deve datar o começo da existência da Filosofia; ele é a idéia permanente, que é a mesma em todos os filósofos até os dias de hoje, assim como foi a idéia de Platão e Aristóteles.
"Os homens são deuses mortais e os deuses, homens imortais; viver é-lhes morte e morrer é-lhes vida".
"Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos".
© Texto elaborado por Rosana Madjarof
OBRAS UTILIZADAS
DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.
FRANCA S. J., Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.
VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 1980.
Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973."

chachando o xá xá xá


os nervos deixa escapar não deixam pois teatro é e da cuxia cuxxixo um chiado pro cê chingar é feio apontar o queimado alheio com segundas intenções também frigir de óvos sem levar-nos à omelete moda modo botão de regular as possibilidades da minha máquina dedal furadinho de aço inox ponto certo de levar a furada da cobra do pequeno príncipe santo rémedio que leva de volta ao asteróide príncipe do maquiavel descer até a taberna e beber e jogar com a plebe rude rock in rool de listas por listar atritando folhas secas chi axo que não vai xiar

domingo, 18 de janeiro de 2009

SADIA


oi ioio dou corda você enrola em seu aniversário, o depor comemora com você mais um ano de parlamento protegido este computador está em uso e foi bloqueado. a estação de trabalho só pode ser desbloqueada por com o decorrrer do tempo tem se notado que o regime de plantão dos motoristas durante os finais de semanas e feriados é demasiadamente dispendiosos tendo em vista os trabalhos desenvolvidos durante estes períodos alfa bravo charlie delta echo foxtrotm-mike golf hotel índia juliett kilo lima november oscar papa quebec romeu sierra tango uniform victor whisky xray yankee zulu ficar na escada aguardar identificação do operador ou prefixo quem chama hora da chegada qualidade dos sinais como recebe regressar variação dos sinais identificação dos canais valor quantidade dinheiro pagamento variação da frequência ciente de mensagem recebimento ininteligível de mensagem repetir a mensagem intensidade dos canais como recebe solicitação para contato direto prefixo ocupado retransmitir mensagem a outro prefixo interferência de outra estação medrar de canal interferência atmosférica mensagem entrecortada transmissão pausada transmitir rápido cancelar mensagem equipamento desligado cessar a transmissão mensagem a transmitir transmitir de vagar endereço localização situação problemas itinerário direção permissão para ir ao banheiro a estação solicitante vai transmitir mensagens natureza de emergência hora certa isolamento do lugar de acidentes: informações úteis : qualy cremosa com sal!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

recordar sem nenhuma emoção


"Página do autor
Marco Aurélio
Meditações
Versão portuguesa baseada na tradução inglesa de Maxwell Staniforth
Copyright ©Luís Varela Pinto
Introdução Livro 1 Livro 2 Livro 3 Livro 5 Livro 6 Livro 7 Livro 8 Livro 9 Livro 10 Livro 11 Livro 12 Notas
[Seguinte]
LIVRO 4
1. Se o poder interior que nos rege for fiel à Natureza, ajustar-se-á sempre prontamente às possibilidades e oportunidades oferecidas pelas circunstâncias. Não exige material predeterminado; na perseguição dos seus objectivos está pronto para o compromisso; os obstáculos ao seu progresso são simplesmente convertidos em matéria para seu próprio uso. É como uma fogueira a dominar um monte de lixo, que se tivesse reduzido a um débil brilho; mas a chama ardente depressa assimila a matéria, consome-a e dá ainda mais vida à fogueira.
2. Não tomes nenhuma iniciativa ao acaso, ou sem teres em atenção os princípios que regem a sua própria execução.
3. Os homens procuram a solidão no deserto, na praia ou nas montanhas — um sonho que tu próprio tanto tens acarinhado. Mas tais fantasias são totalmente impróprias de um filósofo, uma vez que em qualquer altura que queiras podes recolher-te dentro de ti próprio. Não há para o homem refúgio algum mais silencioso e mais tranquilo do que a própria alma; sobretudo para quem possua, em si mesmo, recursos que apenas precisa de contemplar para assegurar uma paz de espírito imediata — paz que é apenas outro nome para um espírito bem organizado. Aproveita, pois, este retiro com frequência e renova-te continuamente. Traça para a tua vida regras sumárias, mas que abranjam o fundamental; o retorno a elas bastará para remover todas as aflições e te reenviar sem desgaste para os deveres a que tens de voltar. Afinal, o que é que te aflige? Os vícios da humanidade? Lembra-te da doutrina que diz que todos os seres racionais são criados uns para os outros; que a tolerância é parte da justiça; e que os homens não são malfeitores intencionais. Pensa na miríade de inimizades, suspeitas, animosidades e conflitos que se extinguiram juntamente com o pó e as cinzas dos homens que os experimentaram; e não te aflijas mais. Ou é a parte que te coube em sorte no universo que te agasta? Recorda uma vez mais o dilema, «se não uma sábia Providência, então um simples amontoado de átomos», e pensa na profusão de indícios de que este mundo é como que uma cidade. São os males do corpo que te afligem? Pensa que o espírito só tem que destacar-se e apreender os seus próprios poderes, para não mais se envolver com os movimentos da respiração, sejam eles suaves ou ásperos. Em resumo, recorda tudo aquilo que aprendeste e com que concordaste a respeito da dor e do prazer. Ou é a ilusão da celebridade que te perturba? Não percas de vista a rápida investida do esquecimento e os abismos de eternidade que nos esperam e nos precedem; repara como são ocos os ecos do aplauso, como são inconstantes e sem discernimento os juízos dos pretensos admiradores, e que insignificante é a arena da fama humana. Porque a terra inteira é apenas um ponto, e a nossa própria morada, um minúsculo canto nela; e quantos lá há que te vão louvar, e que tipo de homens são eles? Não te esqueças, pois, de te retirares para o pequeno campo do teu eu. Sobretudo, nunca lutes nem te afadigues; sê, antes, dono de ti próprio, e encara a vida como homem, como ser humano, como cidadão e como mortal. Entre as verdades em que seria bom que pensasses estão estas duas: primeiro, que as coisas nunca podem atingir a alma, mas apenas ficar inertes fora dela, de modo que o desassossego só pode resultar de fantasias interiores; e segundo, que todos os objectos visíveis mudam num instante e deixam de existir. Pensa nas inúmeras mudanças em que tu próprio tomaste parte. Todo o universo é mudança, e a própria vida não é senão aquilo que tu acreditas que é22 .
4. Se o poder do pensamento é universal no género humano, também a posse da razão o é, fazendo de nós criaturas racionais. Donde, portanto, que esta razão, com os seus «tu deves fazer isto» ou «tu não deves fazer aquilo» não é para nós menos universal. Há, assim, uma lei-mundo; o que, por sua vez, significa que somos todos concidadãos e partilhamos uma cidadania comum, e que o mundo é uma só cidade. Há alguma outra cidadania comum que possa ser reclamada por toda a humanidade? E é deste mundo-estado que o espírito, a razão e a lei, eles mesmos, derivam. Senão, de que mais? Assim como a parte terrena de mim tem a sua origem na terra, a parte aquosa num elemento diferente, e a respiração numa e as partes quentes e ardentes noutra das fontes de si mesmas, situadas algures (porque nada vem do nada nem pode regressar ao nada), assim também deve haver uma origem para o espírito.
5. A morte, como o nascimento, é um dos segredos da Natureza; os mesmos elementos que se combinaram, dispersam-se então. Nada nela tem de causar pena. Para seres dotados de espírito, ela não é anormal, nem de forma nenhuma incoerente com o plano da sua criação.
6. Que os homens de um certo tipo se comportem como o fazem, é inevitável. Desejar que as coisas sejam de outra maneira é como desejar que a figueira não produza o seu sumo. Em qualquer caso, lembra-te de que dentro de muito pouco tempo, tanto tu, como ele, estarão mortos, e os vossos próprios nomes rapidamente esquecidos.
7. Afasta de ti a ideia do «Fui ofendido», e com ela irá o sentimento. Rejeita o teu sentido de ofensa, e essa ofensa desaparece.
8. Aquilo que não corrompe o próprio homem não pode corromper-lhe a vida, nem provocar-lhe qualquer dano quer exterior, quer interiormente.
9. As leis da conveniência do colectivo exigiram que isto acontecesse.
10. O que quer que aconteça, acontece de forma correcta. Observa com muita atenção e verás que isto é verdade. Na sucessão de acontecimentos não há só uma mera sequência, mas uma ordenação que é justa e correcta, como a da mão daquele que entrega a todos o que lhe é devido. Mantém, pois, a tua atenção, como de princípio, e deixa que a bondade acompanhe cada uma das tuas acções — bondade, quero dizer, no sentido exacto da palavra. Em todas as tuas actividades, presta atenção a isto.
11. Não copies as opiniões dos arrogantes, nem deixes que eles te ditem as tuas próprias, e olha as coisas à luz da verdade.
12. Para dois pontos deves tu estar sempre pronto: primeiro, para fazer exclusivamente aquilo que a razão, nossa rainha e legisladora, sugerir para o bem-estar comum; e segundo, para reconsiderar uma decisão, se alguém presente te corrigir e te convencer de um erro de julgamento. Mas tal convicção deve proceder da certeza de que isso servirá a justiça ou o bem comum ou qualquer outro interesse do género. Deve ser esta a única coisa a considerar; não a probabilidade do prazer ou da popularidade.
13. Tu és dotado de razão? «Sou.» Então por que não usá-la? Se a razão fizer o seu papel, que mais podes pedir?
14. Como parte que és, és inseparável do Todo. Vais-te dissipar naquilo que te deu vida; ou melhor, vais-te transmutar uma vez mais na Razão criadora do universo.
15. Muitos grãos de incenso caem no mesmo altar: uns mais cedo, outros mais tarde — não importa.
16. Basta-te regressar aos ensinamentos do teu credo, e à veneração da razão, e numa semana aqueles que agora te colocam no grupo das bestas e dos macacos irão chamar-te um deus.
17. Não vivas como se tivesses mil anos à tua frente. O destino está ali ao virar da esquina; torna-te bom enquanto a vida e o poder ainda te pertencem.
18. Quem ignora o que o vizinho está a dizer ou a fazer ou a pensar, e apenas cuida de que os seus próprios actos sejam justos e piedosos, ganha enormemente em tempo e em paz. Um homem bom não anda à procura dos defeitos dos outros, antes prossegue vigorosamente em direcção ao seu objectivo.
19. O homem cujo coração palpita pela fama depois da morte não pensa que todos aqueles que se lembrarem dele em breve estarão também mortos, e que, com o correr do tempo, geração após geração, até ao fim, depois de sucessivamente cintilar e se sumir, a centelha final da memória se extingue. Mais, mesmo supondo que aqueles que te recordam nunca morreriam, e nem as suas memórias, mesmo assim, o que é que isso representa para ti? Na sepultura, nada, evidentemente; e mesmo em vida, para que serve o louvor — senão talvez para facilitar qualquer propósito menor? Estarás, pois, seguramente, a proceder à rejeição daquilo que a Natureza te deu hoje, se todo o teu espírito estiver voltado para aquilo que os homens irão dizer de ti amanhã.
20. Tudo o que, de um qualquer modo, é belo, recebe a sua beleza de si próprio, e não precisa de nada para além de si próprio. O elogio não entra nisso, porque nada fica melhor ou pior em resultado do elogio. Isto aplica-se mesmo às formas mais mundanas da beleza: objectos naturais, por exemplo, ou obras de arte. De que mais precisa a verdadeira beleza? De nada, certamente; tal como a lei, ou a verdade, ou a bondade, ou a modéstia. Alguma destas fica mais bela com o louvor, ou mais feia com a crítica? Será que a esmeralda perde a sua beleza por falta de admiração? Ou o ouro, ou o marfim, ou a púrpura? Ou uma lira, ou uma adaga, ou um botão de rosa, ou um jovem?
21. Se as almas sobrevivem depois da morte, como é que o ar lá em cima arranjou espaço para elas desde o princípio dos tempos? Pergunta, também, como é que a terra arranjou espaço para todos os corpos enterrados desde tempos imemoriais. Aí, após um curto intervalo, a transformação e a corrupção abrem espaço para outros corpos. Da mesma maneira, as almas transferidas para o ar sobrevivem algum tempo antes de sofrerem uma transformação e uma disseminação e são então transmutadas em fogo e levadas de novo para o interior do princípio criador do universo; e assim se cria espaço para receber outras. Esta será a resposta de qualquer crente na sobrevivência das almas. Além disso, temos de contar não só com o número de corpos humanos enterrados desta maneira, mas também com o de todas as criaturas que são devoradas diariamente por nós próprios e pelos outros animais. Quantas e quantas não são, por assim dizer, enterradas nos corpos daqueles a que servem de alimento! E uma vez mais, pela sua dissolução no sangue e depois, pela sua transmutação em ar ou fogo, todo o espaço necessário fica disponível. Como é que descobrimos a verdade de tudo isto? Fazendo a distinção entre matéria e causa.
22. Nunca te deixes arrebatar pela emoção: se um instinto se agita, cuida primeiro de saber se ele vai ao encontro das exigências da justiça; quando uma impressão toma forma, certifica-te primeiro da sua exactidão.
23. Ó mundo, estou em sintonia com cada uma das notas da vossa grande harmonia! Para mim nunca é cedo nem tarde se para vós for a tempo. Ó Natureza, tudo o que as vossas estações produzem é fruta para mim. De vós vêm, e em vós e para vós são todas as coisas. «Querida Cidade de Deus!» Não choremos, mesmo quando o poeta exclama «Querida Cidade de Cecrops!»23
24. «Se quiserdes conhecer a satisfação, sede parco nos actos», disse o sábio. Melhor ainda, limita-te àqueles que são essenciais, e àqueles que a razão exige de um ser social. Isto traz a satisfação que resulta de fazer apenas algumas coisas e fazê-las bem. A maior parte das coisas que dizemos e fazemos não são necessárias, e a sua omissão pouparia tempo e aborrecimentos. Portanto, um homem deve perguntar-se a cada passo, «Será esta uma das coisas supérfluas?» Mais ainda, não apenas os actos inúteis, mas mesmo as impressões inúteis devem ser suprimidas; porque assim não resultarão numa acção desnecessária.
25. Faz a ti próprio um teste à tua capacidade de viver uma vida de homem bom; uma vida de pessoa satisfeita com a parte que lhe coube no universo, que apenas procura ser justa nas suas acções e caridosa nas suas maneiras.
26. Viste aquilo?24 — agora, repara. O teu papel é ser sereno, simples. Alguém está a proceder mal? O mal fica com ele. Aconteceu-te alguma coisa? Está bem; pois foi o teu quinhão do todo universal que te foi cometido quando começou o tempo; um fio urdido na tua teia particular, como tudo o mais que acontece. Numa palavra, a vida é curta; portanto, tira bom proveito da hora que passa, obedecendo à razão e procedendo com justiça. Não vergues, mas sê comedido.
27. Ou um universo que é todo ele ordem, ou então uma balbúrdia atirada ao acaso, mas formando um universo. Mas, poderá subsistir alguma ordem em ti próprio e ao mesmo tempo a desordem no Todo mais amplo? E isso quando existe unidade de sentimentos entre todas as partes da natureza, apesar das suas divergências e dispersão?
28. Um coração negro!25 Um coração efeminado, obstinado; o coração de uma besta, de um animal selvagem; infantil, estúpido e falso; o coração de um vigarista, o coração de um tirano.
29. Se aquele que não sabe o que está no universo é uma pessoa estranha ao universo, não o é menos aquele que não sabe o que lá se passa. Uma tal pessoa é um exilado, um auto-banido do regime da razão; um cego com os olhos do entendimento escurecidos; um pobre dependente dos outros, sem recursos próprios para a sua subsistência. É uma excrescência no mundo quando se dissocia e divorcia das leis na nossa natureza comum ao recusar aquilo que lhe coube em sorte (e que afinal é um produto da mesmíssima Natureza que te produziu a ti); é um membro decepado da comunidade, quando separa a própria alma da alma única de todas as coisas racionais, deixando-a à deriva.
30. Um filósofo anda sem camisa26 ; outro sem livros; um terceiro, meio-despido, diz, «Pão, não tenho, e mesmo assim apego-me à razão.» Pela minha parte, também não tenho o fruto daquilo que aprendi, contudo apego-me a ela.
31. Entrega o teu coração ao que aprendeste, e busca nisso refrigério. Faz por passar os dias que te restam como alguém que, em todos eles, se entregou de todo o coração aos deuses, e que, portanto, não é dono nem escravo de ninguém.
32. Pensa, digamos, nos tempos de Vespasiano;27 e o que é que vês? Homens e mulheres muito ocupados a casar, a criar os filhos, a adoecer, a morrer, a lutar, a festejar, a tagarelar, a trabalhar a terra, a lisonjear, a fanfarronar, a invejar, a intrigar, a rogar pragas, a jogar o destino, a amar, a entesourar, a cobiçar tronos e honrarias. De toda essa vida, nem o mais pequeno vestígio sobrevive hoje. Ou avança até aos dias de Trajano; outra vez a mesma coisa; essa vida morreu também. Dá igualmente uma vista de olhos aos registos de outros povos e épocas passados; repara como todos e cada um, depois da sua curta vida de luta, morreram, dissolvendo-se nos elementos. Recorda mais especialmente alguns, mesmo do teu conhecimento, que buscaram a vaidade em vez de se contentarem com um cumprimento corajoso dos deveres para que foram criados. Em tais casos é essencial não nos esquecermos de que o mérito da perseguição de qualquer objectivo depende do valor do objectivo perseguido. Portanto, se quiseres evitar o desencorajamento, nunca te deixes absorver por coisas que não sejam de primeira importância.
33. Expressões outrora correntes caíram hoje em desuso. Nomes, também, que eram antigamente familiares, são hoje virtualmente arcaísmos; Camilo, Caleo, Voleso, Dentato; ou, um pouco mais tarde, Scípio e Catão, Augusto, também, e mesmo Adriano e António. Todas as coisas se dissolvem no passado lendário e em pouco tempo ficam envoltas no esquecimento. Mesmo para os homens cujas vidas foram de uma glória deslumbrante, esta passa; quanto aos outros, ainda mal acabam de dar o último suspiro e já, nas palavras de Homero, «os perdem de vista e de nome». O que é, afinal, a fama imortal? Qualquer coisa vazia e oca. A que é que nós devemos então aspirar? A isto e só a isto: ao pensamento justo, ao procedimento desinteressado, à boca que não mente, ao carácter que acolhe cada acontecimento como uma coisa predestinada, já esperada e que emana da fonte e origem Única.
34. Submete-te a Clotho28 de bom grado e deixa-a fiar o teu fio do material que ela quiser.
35. Todos nós somos criaturas de um dia; tanto os que recordam como os que são recordados.
36. Vê como todas as coisas estão sempre a nascer da mudança; ensina-te a ti próprio a ver que a mais elevada felicidade da Natureza reside em mudar as coisas que existem e formar novas coisas da mesma espécie. Tudo aquilo que existe é, em certo sentido, a semente do que irá nascer de si. Não há nada menos próprio de um filósofo do que imaginar que a semente só pode ser alguma coisa que se deita à terra ou no útero.
37. Muito em breve vais morrer; mas tu ainda hoje não és puro, nem és superior à inquietação; nem imune ao mal exterior; nem caridoso para todos os homens, nem estás persuadido de que proceder com justiça é a única sabedoria.
38. Observa cuidadosamente aquilo que guia as acções dos sábios, e aquilo que eles evitam ou buscam.
39. Para ti, o mal não vem do espírito de outrem; nem mesmo de qualquer das fases ou mudanças da tua estrutura corporal. Então, donde? Daquela parte de ti próprio que age como avaliador daquilo que é mau. Recusa a sua avaliação e tudo ficará bem. Embora o pobre corpo, tão próximo dele, fique ferido ou queimado, supure ou gangrene, cala a voz desse avaliador; que ele não declare nada mau ou bom se isso pode acontecer tanto a homens bons como a homens maus — porque tudo o que acontece de forma imparcial aos homens, quer eles observem as leis da Natureza ou não, não pode nem entravar os seus propósitos, nem precipitá-los.
40. Pensa sempre no universo como um organismo vivo, com uma substância e uma alma únicas; e vê como todas as coisas estão sujeitas à perceptibilidade deste único todo, todas são movidas pelo seu impulso único, e todas desempenham o seu papel na causação de tudo o que acontece. Repara no intricado da meada, na complexidade da teia.
41. «Uma pobre alma que carrega consigo um cadáver»29 , eis o que Epicteto te chama.
42. Estar em processo de mudança não é um mal, tanto como não é um bem ser um produto de uma mudança.
43. O tempo é um rio, o inexorável fluir de todas as criaturas. Uma coisa mal aparece à vista e logo desaparece rapidamente e outra nasce para logo, por sua vez, ser varrida.
44. Tudo o que acontece é tão normal e já esperado como a rosa na primavera ou o fruto no verão; isto é verdade para a doença, para a morte, para a calúnia, para a intriga e para todas as outras coisas que deliciam ou incomodam os tolos.
45. O que acontece a seguir está sempre intimamente relacionado com aquilo que o precedeu; não é um desfile de acontecimentos isolados que obedecem simplesmente às leis da sequência, mas uma continuidade racional. Além disso, tal como as coisas que já existem, estão todos coordenados harmoniosamente, os que se encontram em processo de nascimento exibem a mesma maravilha de concatenação, e não o facto nu e cru da sucessão.
46. Lembra-te sempre do ditado de Heráclito, «Morte da terra, nascimento da água; morte da água, nascimento do ar; do ar, o fogo; e assim sucessivamente sempre em ciclos repetidos». Lembra-te também do seu «viajante esquecido do sítio onde o seu caminho o leva», do seu «homens sempre em desacordo com a sua companheira mais próxima» (a Razão controladora do Universo) e do seu «embora eles deparem com isto a cada passo, continuam a achá-lo estranho». E ainda, «nós não podemos agir ou falar como homens adormecidos», (porque, de facto, os homens durante o sono imaginam-se a agir e a falar), «nem como crianças às ordens dos pais»; isto é, em obediência cega às máximas tradicionais.
47. Se um deus te dissesse, «Amanhã ou, quando muito, depois de amanhã, morrerás», tu não ficarias muito interessado em saber, a não ser que sejas o mais abjecto dos homens, se isso seria no dia seguinte ou no outro — porque, qual é a diferença? Da mesma maneira, não consideres de muita importância saber se isso será daqui a muitos anos ou já amanhã.
48. Lembra-te sempre de todos os médicos, já mortos, que franziam as sobrancelhas perante os males dos seus doentes; de todos os astrólogos que tão solenemente prediziam o fim dos seus clientes; dos filósofos que discorriam incessantemente sobre a morte e a imortalidade; dos grandes chefes que chacinavam aos milhares; dos déspotas que brandiam poderes sobre a vida e a morte com uma terrível arrogância, como se eles próprios fossem deuses que nunca pudessem morrer; de cidades inteiras que morreram completamente, Hélice, Pompeia, Herculano e inúmeras outras. Depois, recorda um a um todos os teus conhecidos; como um enterrou o outro, para depois ser deposto e enterrado por um terceiro, e tudo num tão curto espaço de tempo. Repara, em resumo, como toda a vida mortal é transitória e trivial; ontem, uma gota de sémen, amanhã uma mão cheia de sal e cinzas. Passa, pois, estes momentos fugazes na terra como a Natureza te manda que passes e depois vai descansar de bom grado, como uma azeitona que cai na estação certa, com uma bênção para a terra que a criou e uma acção de graças para a árvore que lhe deu a vida.
49. Sê como o promontório contra o qual as ondas quebram e voltam a quebrar; mantém-se firme até que, por fim, as águas tumultuosas à sua volta se rendem e vão descansar. «Que infeliz sou, o que me havia de acontecer!» De modo nenhum; diz antes, «Que feliz que eu sou em não ter ficado com azedume, mas antes inabalado pelo presente e sem receio do futuro». Aquilo podia ter acontecido a qualquer pessoa, mas nem todos ficariam assim sem azedume. Então, por que atribuir uma coisa à má sorte em vez de atribuir a outra à boa sorte? Pode alguém chamar pouca sorte a uma coisa que não seja uma infracção à sua natureza; e poderá ser uma infracção à sua natureza se não for contra a vontade da natureza? Bem, então: já aprendeste a conhecer essa vontade. Isso que te aconteceu impede-te de ser justo, magnânimo, moderado, judicioso, discreto, verdadeiro, respeitador de ti próprio, independente, e tudo o mais que leva à realização da natureza do homem? Eis, então, uma regra a recordar no futuro, quando alguma coisa te tentar a sentires-te amargo: não «Isto é uma infelicidade», mas «Suportar isto dignamente é uma felicidade».
50. Filosofia à parte, uma efectiva ajuda no sentido de menosprezar a morte é pensar naqueles que se apegaram avidamente às suas vidas. Que vantagem tiveram eles sobre os que morreram ainda jovens? A terra cobre-os a todos eles algures, em qualquer tempo; Cadiciano, Fábio, Juliano, Lépido e todos os outros que acompanharam tanta gente às suas sepulturas simplesmente para, depois, serem por fim acompanhados às suas próprias. Curta foi, afinal, a prorrogação de que gozaram; arrastados até ao fim nestas condições e com estes ajudantes, e num corpo miserável. Não lhe dês, pois, grande importância; repara no abismo de tempo por detrás dela e no infinito que ainda se lhe segue. Em face disto, o que é que Nestor, com todos os seus anos tem a mais em relação a qualquer bebé de três dias?
51. Segue sempre pelo caminho mais curto; e o caminho mais curto é o da natureza, tendo como objectivo uma perfeita segurança em cada palavra e acção. Tal propósito libertar-te-á da ansiedade e do conflito, e de todos os compromissos e estratagemas. "