domingo, 30 de setembro de 2012

Um rumo e um verso

Um murro na boca liberta muitas coisas mas não vale escrever porque machuca o cara disse que os meninos estavam com ele pois eu já tinha visto eles em ação tentando um molinho do outro lado do gilberto e agora enquanto eu perguntava um deles olhava através de um binóculo revestido de porcelana provavelmente uma peça de mais de cem anos o mais sujinho com olho operado e o outro ciganito queimado de sol e marcado por cicatrizes vi quando ele tocou nos lábios com dois dedos da mão esquerda parando antes da escada querendo voltar e esbarrando na barreira do meu olhar prepararam um casinha de tapete para um senhor de bengala que disse que se caísse iria pro saco por já ter 87 anos e estar acompanhado por neto que não deu muita atenção talvez por estar acostumado com os gestos do vovô ele me responde um sim eles colocaram o tapete para eles mas foi sem querer e ainda chama o rapaz para comprar uma das suas bugigangas que ele falou trazer do rio e pagar 700 para expor no chão acabou nos vendendo por 20 uma edição rara de dobraduras de papeis japoneses -_HAPPY ORIGAMI_1960- além de ser uma maneira simples de fazer livro e ficar bom de pegar pra ler suas máquinas fotográficas antigas foram meu motivo de parar e puxar conversa enquanto ele ainda montava seu chão de barraco coisas não só velhas como também viajadas e esfoladas umas nas outras tomou chuva poeira sol foram mijadas gritavam aos passantes me leve objetos precisando de donos.      

sábado, 29 de setembro de 2012

Meu desenho de casa no cerrado

O peso de ser melhor.
Quantos quilos?
Um tamanho de escritor.
Uma peça qualquer.
Chega de tudo no lixo!
Retardem o olhar.
Uma frase branca plissada pra vestir com blusa de gola relê.
Eu não sou fase de ninguém.
Determinadas sombras nas estradas são mais ricas que a viagem em si, mas em lá não conta agora, entretanto a sombra pode esperar, enquanto dou mais um pinote, pipi, anote!
Visão de mudo.
Gesticulo, sem fala!
Não se aproximem para estragar.
Gostei de brincar de abcd.
Meu enigma por umas cobertas.
O retardado quer brincar!
Mais uma maneira de repetir gostoso.
Estou gastando açúcar demais!
No banco enquanto nos notamos estava faltando um sinal de acento sei lá!
Faço qualquer coisa para sujar o branco.
Ainda mais agora que não preciso mais dobra-lo!
Uma frase em francês te espera na esquina.
Preciso passar o pano preto no monitor.
Meu lindo filtro difusor recebe a silhueta!
Cada fiapo de lã é frase que amarro por tras.
Na cor do texto.
Linha de lã sobre mdf!
Esmalte & negativo.
Acompanhe o envelhecimento de uma película colada no vidro da janela.
No bar o Doutor se embriaga por último!
Quem entregar mais em casa anota a própria conta e soma o total sem desconfiança do dono.
Ajuda a fechar por carro pra dentro e bebe a saideira no sofá da sala de televisão  da casa colada ao bar.
Aquele que já bebeu a cidade lavou as asas a cabeça o rabo a cabine do avião o corpo as rodas o leme o manche...
Toma uma e vai pra Alemanha!
Quem quer ser o taxi do Pessoa?




  

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Posso desenhar com o cerrado?

Nossa que texto corrido.
Elefantes borram bostas.
Lagosta no filme é bom.
Dente de leite na linha.
Telhados franceses à pé.
Um retalho vira quadro.
Quer escrever para mim.
Bonecas infláveis posam nuas.
Um vôo suave de bumerangue.
Eletricidade faz empacar.
Este conhecimento quer Coen ser.
A macaca na árvore vale juízo.
Cimento branco no meu cubo.
O advogado não conhece Michel Onfray.
São as minhas ferramentas reais.
Só trabalho com aquilo ali, Ó!
Você já pediu sobras na estrada?
A BR ser infinita não quer dizer que vamos chegar no fim dela não...
Aquilo de humano que não deixa a humanidade entrar.
Treinei tanto ir embora que hoje tanto faz ficar.
Por um ponto distante ou perto.
A rede social precisa de buracos mais largos assim posso passar nadando sem tocar nas bordas.
Eu não sei vender nem aqui nem em outro lugar.
As cabeças dispersas escapam para o gozo.
Cabeças soltas não rolam mais nas ruas.
Reparem bem, em outra língua não preciso me deter no som, posso andar só vendo e evitando falar, acho que rola um filme bom de ler.
Primeiro tentei entender aquilo que queriam quando resolvi dar já não tinha ninguém para comer, sobre todos os aspectos, é assim mesmo, tu para para ouvir, e não é nada, vamos em frente!
Nego gosta de conhecer pela televisão!
Vale também!
Você precisa de quantos por cento de mim?
Alguém mais vai querer um pedacinho?
Só não sou folclore do lugar que ainda não fui porque não falei com deus.
Madre pérola cabeluda seu hábito ou um último tango em.
Minha Tia foi ao centro de Patos de Minas, 15 craques lhe pediram um real.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Concreto cerrado: sombra

Sempre imaginei o outro!
Aqueles que não me deixaram falar pintei!
Outra mensagem cifrada.
Aquele que romper a barreira do som com o próprio corpo não estará no livro dos recordes.
O cara faz filme de comédia e todo mundo ri!
Aquela droga de ser outro serve de ajuda na falsificação.
Quer fazer qual pergunta para te ajudar na nota?
Aquele que fez coleção de plantas e cartões postais por último está colecionando poetas...
Aqui diz ali não o quê foi dito ditaram do submundo.
Não é verdade aquilo que não interessa na carreira do outro.
Minha biblioteca também fica lá fora.
Dilua a cor gota por gota e veja sua variação.
Azul da cor do mar pode parecer Tim Maia.
Vermelho cor de sangue pode ser cenário.
Amarelo banana, underground.
Mesmo dormindo, ainda estou no posto!
Vai precisar de quantos argumentos para conversar com o seu povo?
 Em casa conte uma cena comovente vista na rua só por você.
No trabalho dê ares de importância para a sua vida ajudando os outros.
No banheiro esqueça de dar descarga quando o próximo é o chefe.
Seria eu um bom cavalo de Rei?



       

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O mesmo sol da Nitro Química, aqui no JBB

Vou escrever, escrevo, disse eu aos amigos, ao partir rumo ao desconhecido. Até então só ela sabia. Fiz uma demonstração na mesa do bar.
É inocente o meu começo.
Principalmente por não gostar de gramática.
Estrago a vida com a minha arte, ou tento reparar aquilo que me deram?
Uma primeira vez mostrei a minha tentativa de destruir a palavra não.
Porque não, era limitar qualquer outra possibilidade.
Meus outros jogos eram instalados assim que me ensinavam...
Como se eu não reconhecesse o poder.
O invisível convidando para sair.
Mas, sempre com um visível de segurança.
Pronto para me deixar em casa, assim que o material para o experimento estivesse registrado.
A literatura permite a entrada de loucos, mas não reconhece uma carteirada de senhor ninguém, estes serão identificados, e postos nos seus poleiros de destino, aqueles com menos mandos circularão à vontade!
A mágica que a arte faz não está na carteira de identidade.
O esforço do tradutor de conversas é maior?
O poeta tenta traduzir imagens!
Na primeira imagem estou deitado no vermelhão forrado de jornal com vovô Diomar conversando com minha mãe Terezinha, minha avó Filomena... Eu brinco com folhas de jornais.
Quem era aquele que estava sendo construído?
Jornal de domingo.
Nada de muito nobre se arrastar no chão de cimento vermelho sobre folhas de jornal!
Posso partir daí, ou de um clarão de suposto fogo posto por mamãe, enquanto passava roupa.
Da fotografia em frente a pirâmide de latas de leite Ninho.
De todos os consultórios de todos os médicos que freqüentei na primeira infância.
E depois.
Sempre.
Menos, quando descubro o esporte.
Endurance?
... 
  





     

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Do buraco de agulha

É melhor deixar deste tamanho, ou fica maior! Comigo sempre foi assim. Febre. A literatura saía dos livros na voz da Diva. E convivia...
Aquilo que você quer com os pingos das palavras. A reticência pode estar: aquilo pingos.
Não está vindo ninguém!
Invento editoras de um só lançamento de 50, uma fresta vira cartão de apresentação de doutor em informação. 
Não me importa a forma. Vou dançar.
Retirando palavras de um livro em FaWcetT encontrei letras na sua calcinha.
Eu invento, o cara viaja.
Tá ficando fácil tomar de quem tem pra dar!
Vai levar quantos?
Pode fazer que eu pago!
A folha deu um plá pro Nuclear.
Dei bem antes!
Onde toco nasce justiça.
Rei menininho vamos brincar nesta sombra hoje.
Se eu tivesse feito como vocês seria só mais um de vocês como nunca fiz como vocês não posso ser mais um mas muitos num só não como Pessoa e sim como esta pessoa que não sou dou muitas oportunidades de serem aquilo que não me satisfaz em instituição!
Não sei se dizem!
Acreditei numa velha senhora mineira em São Paulo antes de acreditar num velho senhor
Pastam no meu quintal várias aves até meus cães variarem...
Minha escritura não é só de uma fazenda, ela amarra os retalhos de tecidos finos, com trapos de algodão popular...
É uma pena vocês não saberem quem foi Pedro Alcântara Stoduto.
Ele gostava de Tchaikovsky & não gastava bala à toa.
Um dia ainda conto como foi meu aprendizado com ele.
Como a ovelha negra lia a família...
Contarei ainda de sua desenvoltura tanto no mato quanto nas rodas sociais...
Sua facilidade com aparelhos...
Sua caligrafia...




segunda-feira, 24 de setembro de 2012