quinta-feira, 23 de maio de 2013

Estou precisando de um fole

Eu tenho um amigo que está corrigindo a poesia brasileira ele procura por figuras de linguagens limpas ele sabe reconhecer um formato mas diz ser neo-barroco ele disse que o Drummond está morto eu disse nem nasceu ele acha Quintana pobre falei queria ter bebido com ele já teve coragem de dizer que a poesia brasileira precisa ser revista uma vez falou que na rede estava cheio de meninos poetas melhores que a maioria daqueles dos que se achavam maiores como eu estava presente perguntei mas não tem perigo de encontrar-mos um Rimbald não né aí ele na maior cara de vaca disse não isto não gosta muito de comprar livros no sebo um dia olhando um calhamaço de química me confessou dá vontade de levar pra casa colocar num lugar bem visível para pensarem que estou lendo isto nesta contei de outro que pegou a Divina Comédia enquanto eu pegava On The Road e já com o pé na estrada meti arrisco dizer que quanto mais tempo este livro ficar na sua casa mais tempo você vai demorar pra ler ele quis ficar bravo atropelei eu não queria dizer mas então você nunca vai ler ficou rindo meio retardado mudou de assunto e mais uma vez voltou para sensibilidade café regras de urbanidade fofoca entre escritores conhecidos seus família serviço sofrimento o atávico clichês lugares comuns e as nossas tantas outras amenidades de engordar tardes depois com ele encontrei muitos outros seus semelhantes mas só ele consegue ter uma ousadia mais perto da irreverência algo meio louco que me faz esperar ouvindo tantos disparates para vez ou outra jogar um: o bom é quê podemos brincar disto o resto da vida.
    

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