quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Passarelas

Pele de orca rente a pele justa deslizar veloz no túnel d'água reto sem perder energia com lateralidades mãos remos pés propulsores olhar flecha brinquedo estrela brilho visto de costas no gramado da esplanada nada de carros ou pessoas de cadente risca o céu arroto de galáxia desnudar paredes cobertas carrocerias depois subiu no seu camelo e encarou o deserto com seu olhar de soprar areia ouviu a melhor rota cuspiu resto de chá e sentiu a partida com apenas duas marchas automáticas e um freio contra pedal chegou dando cavalo de pau no museu deixa em cima da etiqueta e parte à pé no ritmo de cruzeiro solto pernas rolando no asfalto sem consultar o relógio nirvana-de-endorfinas suor refrigerante uma dedada em cada copo plástico dos postos-de-abastecimento a linha de chegada é conseqüência ainda dá tempo de conversar com aqueles alcançados depois se despedir aumentando mais o trem-de-corrida em nenhum divã foi mais justo contigo mesmo exceto quando o livro era aberto no início e fechado no fim sem nenhuma interrupção.           

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