sexta-feira, 10 de julho de 2020

Ela manda nutrientes pra Amazônia por via aérea...

Ela é uma das minhas amigas de ciclovia toda torta descendo pro San Sebastian em frente a igreja dos crentes tem muito tempo que fiquei de fotografa-la já morta e em em pé ainda bota galhos  não me interessa classe fica cala cientificamente segundo botânica temos algo mais íntimo eu & ela sempre fixa eu de passagem sempre hoje parei encostei o camelo e girei no seu entorno quase toquei a lente na sua pele este meu registro não é nada perto do que tem registrado nestes sei lá quantos anos neste mesmo local já sobreviveu a três pistas de rolamento além da ciclovia e na sua invisibilidade não foi retirada nasceu plantada aqui pelo vento no bico de um passarinho foi cagada não importa é sobre ela o ensaio quantas vezes passei por baixo raspando a cabeça nas suas folhas quando ainda verde colocava pau podre dirão os sem sentimentos por árvores em decadência eu não digo isto pois sei tudo sobre seu ciclo observei desde a primeira infância brinco com madeira em todos os seus estágios em todos os elementos da natureza sem pensar em utilidade pra não diminuir sua vida no planeta ela é muito mais que tábuas e objetos feitos mais humana que nossas melhores tentativas humanas mais inteligente não precisa ficar pra lá e pra cá como nós em loucos deslocamentos precisa se relacionar com tudo sem distinções uma forma melhor de se comunicar dentro do silêncio através do ar de vento até nós vez ou outra espalhamos suas sementes colaborando com sua razão de vida a minha árvore não precisa de redomas nem dos cuidados do principezinho ela pode ser mijada pelos cães já sobreviveu a trombadas e muitas queimadas...  

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