quarta-feira, 6 de junho de 2012

O que faço das minhas imagens?

Quando eu enquanto eu estando eu aqui deste eu: nada.
Não preciso decorar a oração.
Me ajuda a escrever!
Lampião morava na minha rua.
Bandido da luz vermelha também.
Boca de traíra...Paulinho preto...Toninho da Dona Joana. No meu pedaço só tinha Santo. São Miguel Paulista. Zona Leste. Ponto de onde estendíamos o leque até o centro sempre.
Fui usado e fiz uso de primos & primas.
Intocável & com enxadada na cabeça.
Curado & curando.
Menino de camisa branca e calça-curta azul cabulando aula com um ou outro vivendo nossas aventuras fora da agenda de qualquer um. Sabia desaparecer sem deixar rastro. Tenho muito em mim destes rompimentos com o poder. Matei a quantidade certa de aulas. Nem perceberam. Isto provocou sonhos loucos de fuga atravessando ruas movimentadas a todo vapor me lembro de um que gostava de passar mais que os outros que a ladeira do colégio Dom Pedro ficava mais inclinada do que era e escorríamos para dentro do mercado municipal sempre com um frio de lâmina na barriga. 
A brincadeira de por o pé embaixo do pneu do ônibus enquanto esperávamos o nosso se vovó soubesse seria surra de vara de marmelo ou goiabeira fio de ferro mangueira do chuveirinho.
Eu não tinha juízo.
Era sem vergonha.
Retardado.
Doente.
Conheci cedo todos os fantasmas sociais.
Piada de salão & catecismo.
Gibi & foto-novela.
Jornal Notícias Populares & Monteiro Lobato.
Jerônimo no rádio.
Tudo com a maior naturalidade possível éramos normais.
  
    

Nenhum comentário: