sábado, 4 de agosto de 2012

Abro os braços, estico o pescoço, e vou em frente

A diferença nossa para o robô é que o robô nem sabe que foi programado com x-clichê nossos sentimentos acumulados nossas vontades nossos pequenos valores coloca uma caderneta de poupança neste robô porra o robô responde ao discurso da mídia e transforma os deuses olímpicos em marionetes diante de todos os alcances vejam como são bobos os campeões me pergunte filho da puta porque eu escrevo me pergunte se eu eu eu não e você quer ir pro bar comigo vamos sentar num bar te meto a dose certa de entendimento daquilo que eu gostaria de saber caso você saiba que eu sei depois te chamo pra rodar sem rodinhas te pergunto pelos livros minha Diva perguntava o quê eu estava lendo para saber como lidar comigo sim eu sou retardado sobre todos os aspectos bem perto de um contador de histórias lá em casa toda noite tinha seu Mirisola roda em volta das brasas da grelha senhor sabe o quê que é grelha sabe de água quente em litros de vidro com rolhas aos pés das camas depois de muitas cobertas por cima a casa era fria mesmo assim dava até trinta pessoas nas rodas ouvindo aquele que contava e nós meninos queríamos ouvir histórias nossos cenários de Estórias Extraordinárias o corvo não é de graça aprendemos enganar a morte ela está ouvindo quer ouvir mais vamos contando sem muita pressa podemos pedir mais uma bem gelada acho que vou tomar um giz riscar uma conta e usar o garçom contando a parte dele o garçom sabe até onde posso ir terminei algumas noites na casa dele na sala bebendo com a família toda dizem que foi eu quem construiu a loja dele só me lembro de ajudar a fazer o balcão serrar a madeira conversar sobre ferramentas e agradecer por ele abrir pra galera depois das 4 da madruga minha mulher avisa que começou o atletismo vou ver sem som. 

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