domingo, 23 de outubro de 2011

A rainha das musas

Em frente a estação São Judas sentam na década de 50 este homem está procurando a sua sombra reflexos borboleteiam como se fossem céu ao fundo vindo para o primeiro plano borbo lei tam mãos ocupadas e cabeça voltada para carros não para ônibus quem resistiu todos estes anos com a mesma cerca baixa casinha no fundo do quintal a cerca foi remendada recentemente pequenas tábuas de caixote de uvas talvez do natal passado obra de arte feita por mendigos solitários não vai mudar a cracolândia pra aí véi esperei 30 minutos na tarde passada um dia antes deste aí embaixo hoje estou no sentido contrário conversamos com uma senhora muito decente que estava acompanhada por um senhor doente que nem apareceu enquanto recebíamos uma aula de elegância em esperar a condução no Rush com um discernimento para o novo uma aceitação para o desconhecido me pareceu parente bom pessoa boa sem nomes sem pedidos de reencontros apenas um poder estar enquanto ali chegaremos aos nossos destinos parecíamos dizer enquanto falávamos do tempo da espera o rumo a posição diante de bom vou dar como o passageiro na rodoviária do Henry Miller talvez mais sintético ainda sem nomes sem endereços sem promessas mas com um grito calado de ainda estamos aqui podem ficar tranqüilos ainda estamos aqui e somos muitos chegaremos aos nossos destinos ela tinha uma modo de constrangimento como se pedisse desculpas pela cidade um pouco de frio por baixo afinal estava de saia uma senhora com quase 70?    

Nenhum comentário: