sábado, 26 de junho de 2021

E é claro, os suspensórios ...


Experimentos noturnos cuidado com a luz capricha no traço maior volume menor desgaste ferrovia trilhos carvão-mineral pipocos meninos infância por minha conta criança pela sua desconto tira um número deste baralho engates de trens vagões chacoalho metálicos rendidos rugidos estraçalhar vidros estrangeiro procurar atravessa bairro travessa fulano de tal e daí nem sei o retardado lendo lã do da dona rosa metendo no poste cartão postal de primeira comunhão calças curtas dava pra por as mãos por dentro pelos bolsos fundos frio indo pra escola a canseira das primeiras letrinhas em vez de ir direto na leitura como era feito em casa os velhos liam em voz alta e os novos viam suas imagens em silêncio escola monótona repetitiva poucas novidades ainda não sabia aplicar a palavra saudade com propriedade sim saudade de pai de mãe de tio de avô marcado por sofrimento familiar ser tão singelo fraco cheio de vermes branco calado apático sorrateiro perspectiva de perspicaz no jogo talvez vendo zás-trás descontava mijando na cama todo o contexto pra ser um texto enxuto preciso recorrer ao Monteiro loba ato primeiro teatro de papel cartonado ouvia no rádio sonoplastia tablado tropel de cavalos espoleta tiros Gerônimo o herói do sertão não sei se era pra pegar lampião lamparina vela lanterna chinesa subia tranquilo voava rasteiro sobre os telhados do quarteirão caía perto dava pra pegar de volta muitas vezes nosso balão-chinesinho comprado em papelaria e bancas de revistas com sua vela branca como tocha mecha falávamos no bairro lugar do fogo...

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