sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

desdentado


 Sem o manual seguimos suas falas em deixas não preparadas muitas vezes frisadas até a exaustão cruz na parede por exemplo vou embora pra nunca mais voltar vou sumir imagina o que te resta dizendo que até este resto vai acabar gritaria cachaçuda unhas ódio dentes rangendo repetições de pensamentos ruins ameaças vias de fatos sentimentos expostos de desejos íntimos até crimes premeditados era a porra do jornal notícias populares nas nossas caras em nossas casas misturado com as fofocas do bairro e as da família grande enorme até primos de terceiro grau e gregários isto tudo apenas pra começar digamos antes das minas ainda me toca paro pra pensar e acredito que todos conhecem a história assim feito cartões postais que ninguém olha a paisagem talvez quando o último quadrado no céu era o nosso enrolávamos lentamente no lusco-fusco para que voássemos ainda um pouco na noite perdendo de vista o vôo voltar pra casa só começou a fazer sentido em meados de fevereiro de dois mil e oito quando pro solar mudamos apartados da parte do disse-me-disse da rua num primeiro momento depois devagar dos levas e trazes permita-me envelhecer do meu modo é o mínimo que posso não quero sustentar qualquer nota se o quadro não chegar é mais barato não é preciso monta-lo espero ter colaborado com a pensão vitalícia falhei na elegância cobrada por estar cansado de ver deselegante fazendo propaganda de suposta elegância mais ainda pra quem preciso demonstrar meus sentimentos para os insensíveis pra família pro fato-histórico pra sociedade pra religião pro estado pois quando estou cuidando as outras ONGS dizem que o cuidado é delas tomem então façam melhor.   

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