domingo, 27 de dezembro de 2009

A indiferença, é ao que sei: dó.

O artista não quer ser artista ele não dá autógrafos tão pouco aceita elogios
O policial não é policial não tem porte de armas nem faz cursos de jardinagem
O funcionário público atende bem ao público principalmente o estrangeiro
O escritor nunca foi escritor pois não sabe gramática não escreve o que quer
O cinófilo tem sempre um galgo no colo que solta assim que vê o lobo
O enxadrista só sabe uma abertura e adivinha suas variantes ou intui
O corredor quando ainda trota amanhece travado com dores na lombar
O ciclista ainda consegue escapar
O poeta não tem métrica nem sabe o que é um verso limpo ou redondo
O pai não consegue transmitir liberdade
O marido não concerta a tomada
O homem social não vai ao banco não tolera conversa mole e...
O amigo fala demais
O trabalhador tem preguiça
O desenhista quer o desenho mágico
O idiota não se entrega
O retardado não obedece
O fotografo desfoca
E todos os meus "O" nunca os ÓS dos outros, apenas o pinguinho de bosta que a mosca cagou depois de se lambuzar na merda do cavalo do bandido.
A diferença é que eu sei: Ó.

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