quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reversos


O poeta tem que rir mar!

Solarizar a lua!

Queimar sem fogo!

Voar sem pena!

Estranhar o normal!

O poeta mente a verdade!

Revela com químico próprio!

Ri de si, num gaguejar constante...

...enquanto:

Portas com aeromoças.

Postos com aeroviários.

Câmeras sem cinema.

Tiros sem alvo.

As falas dos outros.

Os cursos dos moços.

Palavras da hora.

Ponteiros do jogo.

As vias são leitos do mesmo rio.

Os leitos querem margens.

Notas falsas fecham portas.

Motes frágeis abrem postos.

Nenhum comentário: