quinta-feira, 29 de abril de 2010

Esta escada parece que é só de descer...

A imagem técnica longe do discurso quer ter um caso com a imagem primitiva, a tese disse para a antítese: porque você não sintetiza? O aparelho, depois de ver a caixa preta com uma fresta deixando vazar o discurso, está querendo pontuar a fresta, mas esta tão independente: aumenta o seu rasgo de rir. Os vinte e quatro quadros congelados uniram-se num movimento de enganar os olhos. No começo era o ver, depois veio o verbo, agora: visto!
Se aceleramos o nosso olhar cinematográfico em busca das legendas, o analfabeto do verbo que ia ,ou ainda vai ao cinema legendado, não lhe falta, nem alfa, nem beta, das imagens técnicas, por passar mais tempo olhando as imagens, tem ele uma ligação maior com o jogo das cenas. Isto, se não fosse tão óbvio o cinema comercial, que parece mesmo ser feito para analfabetos...

2 comentários:

Cássio Amaral disse...

ÔMEGA!

Que os deuses nos protejam...

ssalvess disse...

Rasgos de virtudes, chuvas de imagens, mas não sem risos. Exelente o texto e seu diálogo com a imagem. A imagem brinca com Matisse e mata a chatisse da aridez do espaço público: um não lugar para o espectador-leitor. Muito bom.