domingo, 2 de novembro de 2008

AUDIÊNCIA PÚBLICA


as árvores do saber, tão tortas quanto qualquer cerrado, encurto: árvores, saber cerrado! como percorrer todos os veios? indecentes, queremos marcas. quanto leva a forquilha do tempo pra arremessar um planeta? quem sabe do planeta que foi? de concreto nem o etéreo. uma folha se insinua na minha direção, rola dobrada seu canudo mal feito, desapareceu com vergonha, está na sarjeta, derby. este muro baixo saltar a vírgula meu modo no polegar: setas pressionadas menu home: abrir, girar: aperto o gatilho! _Tudo que foi congelado acorda sem saber do sono, rumina estomago meu, ronca algo que não comeu: fumo de uma nau cada vez mais distante. todas as vozes que gastei nos corredores, um s a sibilar. todos os chocalhos que balancei, guizos de beber. a marca registrada no fim da criança muda o signo tomada a chupeta. entorna sangue na esfera: bic, bic, bic. azul polar. quantos brancos tem o esquimó? pintar cavalos brancos na neve pra urso polar ver. modelos do sonhar sem sol pessoa por pessoa cais a cais porto aporto. passou uma tropical, voo baixo no fim da tarde, o céu pesa a chuva que não veio. anónimo moto boy leva a pizza nomeada. ar condicionado barulha os pios de recolhimento da beija-flor. ave de qualquer ninho bota na casa do joão de barro, nasce estrangeiro meu filhote, com muro pra saltar. ecoa signo, grita mudo na orelha do louco esta labirintite.
Chaves amarradas por fio azul abrem portas pequenas, balcão de fórmica negra emoldurado de ipê ocre: micros decadentes com programa civis, vício do aparelho CD. um ventilador Arno plástico sobre pedestal cinza, serralharia com soldas da grosseria, cadeiras rotatórias dos chefes velhos que nunca chegaram novos, pirolitos cromados com fita de língua de sogra impedem a passagem dos inoportunos. portas de vidros quebram e madeirites aguardam a próxima licitação. cones encaixados um no outro fazem um bacanal explícito em frente a portaria. a caixa amarela dos correios é um robô que não diz nada dos emails concorrentes, mesmo com uma perna só ainda lembra o do perdidos no espaço.

Um comentário:

Cássio Amaral disse...

retrato de um escrito sollar...

lembrei nem sem porquê do perdidos na noite. o faustão chatão já foi legal nos anos 80.