quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estava na máquina

Minha intervenção fotográfica com pastel à óleo cola de contato pastel seco sobre uma foto da cidade o mangue o cerrado a noruega a aurora boreal fim de tarde sol da meia noite restos desconhecidos de autores quaisquer da sociedade da neve dos sobreviventes nos andes a mente tem imagens de natureza diversificá grudando dois frames um da natureza da mente outro de toda a natureza será que a mente produz forma fora da natureza?o abstrato não é uma cópia de algum recorte da natureza?usei quatro pregos pra esticar a chapa sobre o suporte!esculpir a forma com proporção volume movimento textura peso profundidade tirar o excesso até chegar na pele do cavalo respeitando a pigmentação veias saltitastes assim veias pulsam o sangue na peça vermelho no branco a carne cortada com caco de vidro tiras alisam a fuselagem pele com pele escrito na neve escorrendo da montanha no trem enganchado nos galhos da mata atlântica feridos no vagão caminhada dura entre serpentes lagartas de fogo incertos escorpiões isentos de certos incestos erram inseto riscam nos espinhos cortam nas facas verdes até Morretes onde novas páginas de outra escrita esperam para o lacre de uma nova sociedade desastrosa fundada pelo sofrimento juntos colados pela dor... e o suporte, tanto o branco, quanto o verde, estranham aqueles patetas...desajeitados querendo voar, pesados, querendo deslizar...somos por certo os mais trapalhões ditos viventes deste planeta, nós os homens que pensam fora de borboletas serem borboletas e nunca outra coisa longe de sermos homens apenas, sem os diversos modelos. A borboleta gostaria de um lastro, diante do vento mais forte?

Um comentário:

Cássio Amaral disse...

soprar! soprar! soprar! para voar.

obrigado amigo! abraço nocê e na bizé.