quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Meu inverno


Palavras da neve deslizam em z quando descem a montanha esbarram numa árvore no cross-country atiram de carabinas deitadas de bruços no biatlon jogos primitivos são vestidos com a arte contemporânea meus nervos de errar endurecem de frio no calor da corrida ao ouro ainda aqui mineiros garimpeiros querem todas as pedras buscam a sorte grande o reconhecimento eterno tentam evitar a morte acreditam nela enquanto vida sopra o branco que cai do céu é tão bom a janela aberta o sol de Picasso dizendo que belo dia outros preferem quadrados diferentes enquadram a paisagem que todos podem ver a de sempre ladra cartão postal posa na frente do clichê simulando ser marinheiro banhista turista herói apaixonado qualquer tema popular de inveja olha eu aqui em nova terra olha cá como eu tava lá sou foda eu tenho estilo veja com quem eu fui para a ilha me enquadrem com o melhor de mim bem na foto já é contemporâneo de nascença são os que em outras cadeiras falam mal de cadeiras que não sentaram ou os que sem precisar sentar cultuam apenas os seus preferidos esquecendo de deixar mais água mais água mais literatura mais pensamento mais setas mais corpo língua mais possibilidades fora das regras sem crime sem culpa sem casta sem rótulos , quando vamos viver apenas, sem representações baratas?

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