segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Para aqueles que ainda não sabem o que faço.

Hipertexto e interdisciplinaridade
Luiz Carlos Neitzel
Maria José Dozza Subtil
Rita de Cassia Guarezi Gomes
HIPERTEXTO
" O hipertexto é um texto com conexões. Não é uma idéia nova. Cada vez que se escreve e se acrescenta referências, notas de rodapé, índice, implica que o leitor não precisa fazer uma leitura linear, Podendo seguir o que mais gosta". (MARTÍNEZ)
"É UM CONJUNTO DE NÓS POR CONEXÕES. OS NÓS PODEM SER PALAVRAS, PÁGINAS, IMAGENS, GRÁFICOS, OU PARTE DE GRÁFICOS, SEQUÊNCIAS SONORAS, DOCUMENTOS COMPLEXOS QUE ELES MESMOS PODEM SER HIPERTEXTOS. NAVEGAR EM UM HIPERTEXTO SIGNIFICA, PORTANTO, DESENHAR UM PERCURSO EM UMA REDE QUE PODE SER TÃO COMPLICADA QUANTO POSSÍVEL. PORQUE CADA NÓ PODE POR SUA VEZ, CONTER UMA REDE INTEIRA." (LÉVY, 1993 p.33)

A HISTÓRIA DO HIPERTEXTO
Hipertexto é um conceito que diz respeito ao nosso modo de ler e escrever.
Exemplo de hipertexto tradicional> anotações de Leonardo Da Vinci.
Idade Média > livros gigantescos, acorrentados nas bibliotecas lidos em voz alta> pesados hipertextos > acréscimo de comentários dos leitores...ilustrações, notas de rodapé notas remissivas a outros textos acumulavam-se.
Aldo Manuccio - editor veneziano > modificação na dobradura, invenção do estreito caractere itálico > livro > fácil de manejar, cotidiano, móvel, disponível para apropriação pessoal.
1945 - Vannevar Bush publica em o clássico ensaio "As We May Think" esboça > MEMEX - antecessor do PC - Preocupação > formas de armazenar, sistematizar e tornar acessível as informações > processos de miniaturização.
1946 - Primeiro computador eletrônico ENIAC (Eletronic Numeric Integrator and Calculator) > 4 toneladas - dependia de cabos e cabos telefônicos.
1965 - Hipertexto termo criado por Ted Nelson - > novo modo de produzir textos permitido pelos avanços tecnológicos sintetizados pela telemática.
Projeto XANADU > imensa rede acessível em tempo real, contendo todos os tesouros literários e científicos do mundo.
Novos processos de registro, transporte e distribuição profetizados por Bush anunciavam o hipertexto.
Década de 50 - Douglas Engelbart (ARC): programas para comunicação e trabalho coletivos (hoje groupwares). Na ARC testados pela 1ª vez: tela com múltiplas janelas, mouse, conexões associativas, grafos dinâmicos, sistemas de ajuda (interfaces).... humanizar a máquina.
Trabalho desses pioneiros permitiu > surgimento do Vale do Silício > da Apple (Steve Jobs e Steve Wosniac 1987 > distribuição gratuita do programa Hypercard ).
Final dos anos 60 - IBM > ruptura software/hardware (anteriormente máquina e programa só podiam ser comprados juntos).
Das linguagens das máquinas às linguagens de alto nível> preocupação com interatividade.
1979 - VisiCalc (Visible Calculator) rompe com linguagem da máquina - predomínio até 3ª geração dos computadores.
4ª geração > paradigma > aproximação do computador ao máximo com a linguagem do dia-a-dia > programas user friendly (amigáveis do usuário) > caminho de maior interatividade.
Década de 80- Primeiro computador a se integrar com a tecnologia de vídeo (plataforma de edição quadro a quadro) foi o Amiga da Commodore > animações em 3-D > sistema permitia multitarefa diferentes funções simultaneamente.
1981 - IBM lança o PC > microtecnologia de 16 bits (paradigma do PC).
1983 - PC-XT (de eXTended).
1984 - lançamento do Apple Macintosh (monocromáticos e sem disco rígido de memória) > grande responsável pelo mundo do ícone e do mouse.
2ª metade da década de 80 > definido o domínio de um novo ambiente gráfico para o PC , inspirado no Macintosh: ambiente WINDOWS > permitia a interação gráfica de inúmeros softwares.
Daí ao infinito..........>
HIPERTEXTO NÃO ELETRÔNICO – ESCRITA
Interface da escrita: o hipertexto modifica a inteface da escrita: página de título, cabeçalhos, numeração, sumário, notas, referências, sua invenção possibilitou o acesso não linear, a não segmentação do saber em módulos, conexões múltiplas a uma infinidade de outros livros (desdobramento, desembaraço).

HIPERTEXTO ELETRÔNICO – INFORMÁTICA
Interface da informática: redobramento, pouquíssima superfície diretamente acessível em um mesmo instante. no entanto a interação amigável recompensam segundo Lévy estes inconvenientes:
Representação figurada
Mouse
Menus
Resolução da tela
CARACTERÍSTICAS

Para Pierre Lévy:
Princípio de metamorfose
A rede hipertextual está em constante construção e renegociação. Ela pode permanecer estável durante um certo tempo, mas esta estabilidade é em si mesma fruto de um trabalho. Sua extensão, sua composição e seu desenho estão permanentemente em jogo para os atores envolvidos, sejam eles humanos, palavras, imagens, traços de imagens ou de contexto, objetos técnicos, componentes destes objetos ,etc.
Princípio de heterogeneidade
Os nós e as conexões de uma rede hipertextual são heterogêneos. Na memória serão encontradas imagens, sons, palavras, diversas sensações, modelos, etc., e as conexões serão lógicas, afetivas, etc. Na comunicação, as mensagens serão multimídias multimodais, analógicas, digitais, etc. O processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, forças naturais de todos os tamanhos, com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre estes elementos.
Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas
O hipertexto se organiza em um modo "fractal", ou seja, qualquer nó ou conexão, quando analisado, pode revelar-se como sendo composto por toda uma rede, e assim por diante, indefinidamente, ao longo da escala de graus de precisão. Em algumas circunstâncias críticas há efeitos que podem propagar-se de uma escala a outra: a interpretação de uma vírgula em um texto (elemento de uma microrrede de documentos), caso se trate de um tratado internacional, pode repercutir na vida de milhões de pessoas (na escala da macrorrede social).
Princípio de exterioridade
A rede não possui unidade orgânica, nem motor interno. Seu crescimento e sua diminuição, sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior indeterminado: adição de novos elementos, conexões com outras redes, excitação de elementos terminais (captadores), etc. Por exemplo, para a rede semântica de uma pessoa escutando um discurso, a dinâmica dos estados de ativação resulta de uma fonte externa de palavras e imagens. Na constituição da rede sociotécnica intervêm o tempo todo elementos novos que não lhe pertenciam no instante anterior: elétrons, micróbios, raios X, macromoléculas, etc.
Princípio de topologia
Nos hipertextos, tudo funciona por proximidade, por vizinhança. Neles, o curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. Não há espaço universal homogêneo onde haja forças de ligação e separação, onde as mensagens poderiam circular livremente. Tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então será obrigado a modificá-la. A rede não está no espaço, ela é o espaço.
Princípio de mobilidade dos centros
A rede não tem centro, ou melhor, possui permanentemente diversos centros que são como pontas luminosas perpetuamente móveis, saltando de um nó a outro, trazendo ao redor de si uma ramificação infinita de pequenas raízes, de rizomas, finas linhas brancas esboçando por um instante um mapa qualquer com detalhes delicados, e depois correndo para desenhar mais à frente outras paisagens do sentido.

Para Alckmar Luiz dos Santos:

Princípio de heterogeneidade
A pluralidade do hipertexto permite a abertura de um "diálogo" entre diferentes textos, com a ajuda de outros mecanismos (imagens, som, citações etc.).

Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas
No hipertexto, a partir de um texto fonte, incorporam-se outros textos, ampliando, assim, a superfície textual.

Princípio de exterioridade
Não há uma seqüência de leitura preestabelecida, cabe ao leitor fazer a escolha, ou melhor, a construção de seu percurso textual de leitura.

Princípio de mobilidade dos centros/ Princípio de exterioridade
Ao leitor hipertextual cabe fazer seu próprio roteiro, objetivando enriquecer a leitura que esteja construindo no momento.

Para Ilana Snyder:

Princípio de metamorfose
Permite (aos leitores) fazer suas próprias conexões, incorporar seus próprios links e produzir seus próprios significados;
O computador mudou a tecnologia da escrita acrescentando flexibilidade à rapidez e eficiência do texto gerado e impresso;
O hipertexto é, de fato, representações transitórias e temporárias dos códigos digitais armazenados na memória do computador. Por isso os textos na tela são virtuais no sentido de que eles são percebidos (compreendidos) para serem diferentes do que eles realmente são. O texto virtual é abstrato, ele é sempre um simulacro no qual não existe instância física;
O texto encontrado no computador existe em uma versão transitória criada pelos escritores; uma versão primária eletrônica dele reside na memória do computador. As diversas versões convergem quando o computador é mandado salvar a versão atual do texto, havendo substituições na memória;
O hipertexto estimula um outro tipo de pensamento: telegráfico, modular, não linear, maleável, cooperativo. Ele estimula uma outra forma de conhecimento. Está mais próximo da forma como nós organizamos nossos pensamentos. (os pensamentos são alteráveis, dinâmicos...);
O hipertexto é um discurso eletrônico mais dinâmico e sua concepção é centrada no processo.

Princípio de heterogeneidade
Acomoda não somente textos impressos mas também som digitalizado, gráficos, animação, vídeo e realidade virtual;
Todo sistema de escrita eletrônica fornece elementos visuais não presentes no trabalho impresso. O mais fundamental é o cursor, a linha ou outro elemento gráfico que o usuário move. O cursor oferece uma imagem móvel da presença do escritor no texto;
O hipertexto requer que o escritor preste atenção na parte não verbal. O uso do hipertexto requer de nós um entendimento maior da leitura de gráficos.

Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas
Uma estrutura composta de blocos de texto conectada por links eletrônicos;
O hipertexto simplifica o followinh up ( seguir de perto) das referências: o campo de interconecções é facilmente atravessado e o linking é instantâneo. No hipertexto, uma nota pode ser tão longo quanto o trabalho: ela pode ser outro trabalho, ou estar linkado a outras notas ou anotações que são elas próprias textos completos. O processo de refer6encia pode continuar indefinitivamente no computador;
A experiência do hipertexto não é só não linear, mas multi-linear ou multi-sequencial. Sua estrutura é fluida e apresenta interatividade ao leitor. Ele é mais que notas automatizadas;
O hipertexto é essencialmente uma network of links entre palavras, idéias e fontes que tem também notas das notas, que explora o que na cultura impressa seria descrita como " digressões" tão longo e complexo como o texto principal;
O hipertexto computadorizado incorpora comentários ao texto de outro escritor, atualizações, revisões, resumos, compilações, interpretações e citações, toda bibliografia referente ao trabalho. A extensão do hipertexto é incognoscível porque falta limites claros e é freqüentemente multi-authored.

Princípio de exterioridade
Construído parcialmente por escritores que criam os links, e parcialmente por leitores que decidem que trilhas seguir;
Quebra da linearidade da produção textual.

Princípio de topologia
O hipertexto conta com um "writing space"(espaço de escrita - termo de Bolter) que nenhuma outro processo de comunicação pode contar. Esse espaço de escrita não é fixo e nem controlado pelo autor. Esse novo espaço inclui a tela do computador e a memória eletrônica onde o texto é armazenado;
A característica mais extraordinária do texto eletrônico é que ele não é diretamente acessível nem ao escritor nem ao leitor, Há muitos níveis de "deferral" que o leitor ou o escritor não conseguem identificar no texto ao todo: ele está na tela, na memória transitória ou no disco?;
O hipertexto não é numerado, suas margens são fluidas.

Princípio de mobilidade dos centros
Dispõe de informações de uma maneira não linear com o computador automatizando o processo de conectar um pedaço de informação a outro;
O hipertexto não precisa ter começo, nem ordem imutável para o estabelecimento das informações, nem fim. Ele pode oferecer múltiplos pontos de entrada e oferece muitas trilhas diferentes, é o leitor quem escolhe quando e onde ele vai.
VANTAGENS

Para Pierre Lévy:
A representação figurada, diagramática, ou icônicas das estruturas de informação e dos comandos (por oposição a representações codificadas ou abstratas);
O uso do "mouse" que permite ao usuário agir sobre o que ocorre na tela de forma intuitiva, sensoriomotora e não através do envio de uma seqüência de caracteres alfanuméricos;
Os "menus" que mostram constantemente ao usuário as operações que ele pode realizar;
A tela gráfica de alta resolução;
A quase instantaneidade da passagem de um nó a outro permite generalizar e utilizar em toda sua extensão o princípio de navegação.
Para Alckmar Luiz dos Santos:
O texto acessado não estará mais isolado, outros caminhos de investigação (estudos, críticas, resenhas, ensaios, teses) feitos neste paradigma estão disponíveis com o objetivo de comparação, complementação e trocas de idéias entre os pesquisadores;
As redes telemáticas possibilitam a manipulação de arquivos sem restrições de distâncias geográficas de nenhuma ordem;
Os textos eletrônicos podem ser transportados em disquetes ou acessados diretamente via rede, o que economiza espaço físico;
A tecnologia necessária para o acesso ao hipertexto está ficando cada vez mais barata;

A relação custo-benefício melhora (textos impressos são muito mais caros);
O uso didático, mais agradável, lúdico e interativo;
Com relação às bibliotecas convencionais, tem-se a vantagem de estar 24 horas aberta, abranger um número maior de leitores que um livro apenas, além de não sofrer com a ação do tempo e/ou manejo quando muito utilizado.

Para Ilana Snyder:
Velocidade e eficiência na produção e no consumo e com custo baixo;
Computadores também buscam do começo ao fim textos rapidamente e os dispõem de formas diferentes;
Writing space = espaço de escrita não fixada e controlada pelo autor (relação interativa entre escritor e leitor);
Os textos na tela são virtuais no sentido que eles são percebidos diferente do que eles realmente são. O texto virtual é abstrato, não pode ser segurado nas mãos. Ele é sempre um simulacro para o qual não existe instância física;
Interatividade entre leitor, escritor e texto;
Dilui os limites entre leitores e escritores;
O texto encontrado na tela existe como uma versão transitória criada pelos escritores;
O texto eletrônico é dinâmico e volátil;
O texto eletrônico é substituído por outro a cada novo salvamento;
Paragrafos que se movem de uma posição a outra, fundindo textos;
Encoraja leitores a moverem-se de um tronco a outro, rápida e não seqüencialmente;
Oferecem aos leitores múltiplas trilhas através do corpo da informação;
A habilidade do programa para inserir novo material (com o cursor) em qualquer parte no texto: facilidade na revisão e produção. Facilidade de escritura e reescritura;
Escritores podem escolher a variedade de fontes e formatos. O aspecto visual do texto pode ser manipulado: page layout e design - colunas, margens, tabs, fontes, cor, tamanho do capítulo. As dimensões gráficas da escrita tornam-se importantes;
A reação dos escritores muda diante do texto eletrônico: afeta a forma como eles pensam e sentem acerca da composição do texto. O escritor pode copiar, comparar e descartar o texto com um toque de uma tecla = flexibilidade;
O escritor se sente mais livre para escrever. Meio flexível para busca (ctrl + l), pesquisa e escrita.
DESVANTAGENS

Para Pierre Lévy:
A interface informática,(...), nos coloca diante de um pacote terrivelmente redobrado, com pouquíssima superfície que seja diretamente acessível em um mesmo instante. A manipulação deve então substituir o sobrevôo.

Para Alckmar Luiz dos Santos:
Lidando com fatores diferentes do habitual como a não-linearidade, a atenção tem de ser redobrada para que o foco da pesquisa não seja deslocado para assuntos diversos que, também, participam do interesse do pesquisador mas não se definem como textos complementares àquela intertextualidade que o leitor hipertextual buscava no início da pesquisa.

Para Ilana Snyder:
Desvantagem: o texto eletrônico depende da tecnologia emergente a qual está ainda sujeita a transformação;
É um meio de informação que existe somente on-line no computador;
É uma tecnologia que envolve mecanização;
A boa utilização do hipertexto passa por um conhecimento da máquina. Por exemplo, existe uma gramática da tela, uma especificidade, características específicas como a cor que indica níveis diferentes de importância textual.

INTERDISCIPLINARIDADE:
"Caracteriza-se pela intensidade das trocas entre especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa". (Japiassu apud Fazenda, 1979, p.25)
" ...é uma relação de reciprocidade, de mutualidade, é a substituição de uma concepção fragmentária para unitária do ser humano". (Fazenda, 1979, p.8)
Não requer centro, concentração, todo conhecimento é importante frente ao saber universal.
Entendemos que é um termo de múltiplos significados e interpretações, mas que certamente, traz um novo olhar diante do conhecimento, a busca pela sua totalidade.

HIPERTEXTO/INTERDISCIPLINARIDADE/CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Segundo Bairon, o hipertexto é interdisciplinar por natureza (BAIRON), no entanto na construção do conhecimento algumas implicações necessitam ser discutidas. O hipertexto pode levar a interdisciplinaridade, ou seja, a busca da totalidade do conhecimento, se tivermos uma proposta pedagógica que oriente esta navegação hipertextual:
Uma nova postura para o trabalho não linear é necessário. É uma tomada de novas atitudes, mudança no ensinar e aprender. Segundo Moran, ensinar e aprender é um processo compartilhado, depende do educador e do educando, assim sendo, exige mudança de postura de ambos;
Segundo Vani Kenski (Palestra no Congresso Educador 97 - S.Paulo)
Para uma outra forma do ensinar e aprender uma nova escola e um novo professor são necessários:
Escola:
Mesa - significando que o espaço escolar deve ser um ambiente que priorize o diálogo;
Memória – partir das referências, da realidade, recupera-se o passado para construir-se o presente e projetar-se o futuro;
Ação – A escola tem quer sair do discurso e partir para a ação. Uma ação não mais individualizada, mas produção coletiva.
Distância – sai do seu invólucro, abre-se para a reflexão, busca diagnosticar onde esta, para onde ir e como traçar este caminho.
Professor:
Autoconsciente, reflexivo, avaliador de suas ações;
Comunicador – necessidade de fazer acontecer a comunicação no contexto escolar, professores e alunos necessitam falar a mesma linguagem;
Aprendiz – busca permanente do conhecimento. Ocupa regularmente papel de educando. A busca do saber é chave para sua atualização e essencial para possibilitar a mediação. Professor sem conhecimento profundo não pode ser um bom mediador.
Aluno: (acrescentamos)
Desacomodado – sujeito ativo, autor, produtor
Autônomo – busca seus conhecimentos
Transformador - crítico frente a realidade
Exigência do aprendiz de muito mais clareza do que quer conhecer, por que quer, que significação tem. A clareza e o valor real do que vai ser pesquisado são primordiais neste processo de busca para não haver dispersão;
Informação não é garantia de conhecimento. (explicar);
A interação é fundamental. Segundo fazenda (1979), a interação é condição para a efetivação da interdisciplinaridade, ela pressupõe ima integração de conhecimentos visando novos questionamentos, novas buscas, enfim a transformação da própria realidade.

METÁFORAS – FORMAS DE ENSINAR E APRENDER
ÁRVORE - TRADICIONAL:
MAPA - HIPERTEXTO (NOVO APRENDER)
RISOMA – REDE
Paralelos - metáforas
árvore - forma tradicional de apropriação do conhecimento
atomização
linearidade
hierarquias
especificidade
desarticulação
metáforas - a árvore do conhecimento da Física, da Química, da Biologia
separação entre os diversos domínios do saber
na floresta as árvores não se comunicam ( apenas as copas se juntam de vez em quando)
cada árvore tem sua especificidade
mapa (hipertexto)
múltiplas entradas
conexões
interrelações parciais ( fecho ou abro um arquivo, não tem fusão, não tem um lugar, uma concentração, um centro)
acentrismo
risoma ( as redes)
( risomas são raízes das samambaias, multiplicidades que se entrelaçam, criam outras estruturas, no entrelaçamento brota uma nova planta (conhecimento) não há definição prévia de onde vai brotar essa nova planta)
ramificação aberta
acentrismo
direção indeterminada
interrelações e interconexões
articulação entre os diferentes níveis do saber
globalização
intercomunicação
Isso cria...
... novas necessidades metodológicas
1. um novo ritmo
- velocidade ( observar o que os jovens vêem na TV por ex. MTV), desafios.
2. um novo tipo de raciocínio
- exploração de novas relações
- exploração de novas possibilidades
3. um novo procedimento
- troca - espaço educativo espaço de diálogo
- reciclagem permanente

Concluindo...
Ensinar e aprender nesta proposta, poderá ser uma revolução, se mudarmos os paradigmas reducionistas, racionalistas, convencionais do ensino. Caso contrário "... conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial". (Moran)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAIRON, Sérgio. Multimídia. São Paulo: Global, 1995.
FILHO, Otávio, PELEGRINO, Egnaldo. História do hipertexto http:/www.facom/ufba.br/hipertexto/história.html
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
_________. O que é virtual? Tradução Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 1996.
SANTOS, Alckmar Luiz dos. Literatura brasileira. Textos literários em meio eletrônico. http://www.cce.ufsc.br/~alckmar/literatura/projeto.html
SNYDER, Ilana. Hypertext the eletronic labyrinth, New York University Press. New York. 1997.
Trabalhando com música: a linearidade e o hipertexto
Alegria, alegria
(Caetano Veloso - 1968)

História triste de uma praieira
(autor desconhecido)
A música de Caetano Veloso, possui as caracterísiticas do movimento musical Tropicália quer apareceu no final da década de 70 e significou uma simbiose musical entre diferentes tipos de músicas e mesmo de contextos. Não possui a linearidade explícita da anterior, remetendo a inúmeras associações subjetivas ( vide os parênteses) e objetivas ( vide as diversas imagens descritas, sem relação imediata entre si). O próprio tema se revela hipertextual a medida que passa a sensação de um passeio, de uma caminhada... de liberdade, alegria, enfim! Sem o compromisso de um relato linear.
A música-poema acima descrita insere-se no gênero do cancioneiro popular - modinha e possui características lineares: começo/meio/fim. Conta uma história conservando aspectos da oralidade: uma seqüencia em crescendo que leva a um desfecho cujo objetivo é emocionar e manter o ouvinte atento. Cabe ressaltar a linguagem com têrmos em desuso na fala corrente atual: ditosa, alvissareiro...
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou.
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinalles bonitas
Eu vou.
Em caras de presidentes,
Em grandes beijos de amor,
Em dentes, pernas, bandeiras,
Bomba e Brigitte Bardot.
(O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça:
Quem lê tanta notícia?)
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores
Vãos
Eu vou
Por que não? Por que não?
(Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola)
Sem lenço, sem documento
Eu vou,
Eu tomo uma coca-cola
(Ela pensa em casamento)
E uma canção me consola,
Eu vou.
Por entre fotos e nomes,
Sem livros e sem fuzil.
Sem fone, sem telefone
No coração do Brasil
(Ela nem sabe - até pensei
Em cantar na televisão)
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento,
Nada no bolso ou nas mãos,
Eu quero seguir vivendo,
Amor.
Eu vou
Por que não? Por que não?
Era o meu lindo jangadeiro
Olhos da cor verde do mar
Também como ele traiçoeiro
Mentiu-me tanto o seu olhar
Ele ficara o dia inteiro
Longe nas águas a pescar
E eu intranqüila o seu veleiro
Lá no horizonte a procurar
Mas quando a tarde escurecia
E o sino punha-se a tocar
A badalar Ave-maria
Via uma vela sobre o mar
Era o meu lindo jangadeiro
No seu veleiro a regressar
E a praia o seu olhar primeiro
Buscava ansioso o meu olhar
Quanto ditosa me sentia
Passava os dias a cantar
A ver se breve escurecia
Hora feliz do seu voltar
Mas há na vida sempre um dia
Dia de um sonho se acabar
E esse me veio em que não via
O seu veleiro regressar
Não voltou mais o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
Aquele olhar lindo e traiçoeiro
Não buscou mais o meu olhar
Mas uma tarde alvissareiro
O sino ouvi a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
Que ia com outra se casar
Algumas possibilidades de produção a partir das duas canções:
reescrita dos dois textos em outros contextos
representação corporal
desenho, colagem, montagem, painel, etc.
Elaboração:
Luiz Carlos Neitzel
Maria José Dozza Subtil
Rita de Cassia Guarezi Gomes
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Sugestões/Contato:Luiz Carlos Neitzel

Última atualização: 10/12/01 21:42:13

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