quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Palavras do Amigo Alber


Na estrada - para entregar um foguete a Robson
(homenagem ao escritor Robson Corrêa de Araújo)
Robson vai lançar um romance, viva Robson! Tenho apreço por esse menino, róseo matiz de nossa policrômica jornada. Robson na vida vai e vem. Qual balanço no parquinho da infância; qual menino naquele balanço, pendulando e contando horas e estrelas; pendulando e medindo nuvens e distâncias. Robson, na ilha, contempla as singularidades.
Sorri e balança. É a ilha que balança – Robson está como esteve, sentado à palmeira. A ilha balança sobre o mar; mar donde emergem o Rubayat, o Baghavat, as Folhas de Relva, O Grande Sertão e toda semente cósmica da vereda de sonhos por que Robson trilhará. O mar extático de Omar, formidável de Walt, impreciso de Pessoa, seco e contemplativo de Carlos, duplamente seco de Rosa, é o mar indefinido de Robson – mar da inkomunickhassão – místico espraiar do vinho sobre dores e amores.
Robson posicionou sua bike fumegante na BR-infinita. E ri à-toa qual menino a balançar sobre a ilha. Robson é uma ilha que balança sobre o mar. Às vezes, com base, às vezes kamikaze; Às vezes com risco, às vezes corisco; às vezes ilusão, noutras irrisão. Este é Robson: bravio mar que balança sobre a Terra-ilha.
Robson é um louco obstinado numa bólide que balança sobre a ataraxia. A Terra é a bólide, e Robson a via. Robson é Sexta-Feira da galática ilha. Crusoé viajor da ilha. Robson na trilha alarga a global psique.
Robson cruza o éon sentado no balanço de Minas.
Robson é a Terra em movimento pelo sistema interestelar.
Robson é o microssomo do cromossomo y semiótico.
Robson é o que você não entendia.
Robson maldito, mágico, gigante, profeta, erudito.
Robson era o sol, só que você não via.
Robson era sol e sistema e aí nem eu mesmo entendia. Robson era o Solar Sistema sobre a trágica Via. Robson dizia: palavra! E a palavra o seguia. Robson ia antes, e a prole de palavras o seguia. Robson era o puro raciocínio e pouco a palavra o detinha. Robson, calado, falava. Robson era o grávido guia sobre a Láctea Via. E a enxurrada de palavras o seguia.
Robson era a Via numa carruagem de fogo e crias. Robson era Buendia. E via no repasto... as formigas do tempo... a lhe devorarem os dias.
Robson era enxurrada e constelação. Robson lactante dava de mamar às crias.
As formigas, grávidas, quanto mais o comiam, mais do balanço pendiam (do balanço-pêndulo-palmeira que a infância revolvia). E deram de perscrutar a estrada – rodovia infinita – por onde nos futuros dias seus filhos se conduziriam.
Eu, de atalaia, sentado, via.
22 de novembro de 2008
Alber Vale de Paula

Um comentário:

Cássio Amaral disse...

Robson é a pica dura que esporra nessa coisa chamada "detrito federal", principalmente nos cultuados Excritores daí.