sábado, 16 de maio de 2009

Um amigo me escreve:

Prezado Robson,

Lembra aquele breve bate-papo sobre música, poesia, insights e otras coisitas mas? Pois é, o belo poema em anexo foi inspirado na poesia de li po, sendo a base da ópera das liede von der erde (acho que é assim que se escreve) de Gustav Mahler.
Para de Gust, pois, segue este banquete.
Ave, Mahler, soturno e sideral.

Um abraço,

Alber
De: alber.paula [mailto:alber.paula@terra.com.br] Enviada em: sexta-feira, 10 de abril de 2009 14:13Para: Alber Vale de PaulaAssunto: li tai po
PREZADO POETA,

1. Canção de Beber da Tristeza da Terra

Já o vinho vos acena na sua taça dourada,
mas não bebei ainda. Antes que vos cante uma canção!
A canção do desgosto
ressoa como uma gargalhada nas vossas almas.
Quando o desgosto sutura,
ficam desolados os jardins da alma,
esmorecem e morrem a alegria e os cantos.
Sombria é a vida, é a morte.

Senhor desta casa!
A tua cave está cheia de vinho dourado!
Aqui chamo meu a este alaúde!
Tanger o alaúde e esvaziar os copos,
São coisas que juntas ficam bem.
Uma taça cheia de vinho no momento certo
vale mais do que todos os reinos desta terra!
Sombria é a vida, é a morte.

O firmamento é de um azul eterno
e a terra longo tempo durará ainda
e florescerá na primavera.
Mas tu, homem, quanto tempo vives tu?
Não tens cem anos para gozar
de todas as caducas futilidades desta terra!

Olhem lá em baixo! Ao luar, sobre as sepulturas
acocora-se uma fantasmagórica figura!
É um macaco! Escutem como o seu uivo,
rasga o doce aroma da vida!

Agora, tomai o vinho! Agora é tempo, companheiros!
Esvaziai as vossas taças douradas até ao fundo!
Sombria é a vida, é a morte!

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