sábado, 21 de julho de 2007
Referência
Ciência da Informação Livros
Poetas de A - Z Poesia Brasil Sempre Poesia dos Brasis Poetas de Brasília Poesía Ibero-americana Poesia Visual
Ordem alfabética
Obras Publicadas Sobre o Autor Currículo Lattes Da Nirham Eros Ensaios, etc Terra Brasilis Poemas do Barão
ROBSON CORRÊA DE ARAÚJO
Sua prosa poética ou seus mini-roteiros de curtas metragens são dignos de atenção. Paulista de nascimento, com jeito de mineiro, Robson vive em Brasília. Autor de dois livros – Azul no Branco (2003) e Curtas (2004) e já com um terceiro em fase final de projeto gráfico, conforme nos informou no 1 Festival de Poesia de Goyaz, em março de 2006, onde tivemos o prazer de encontrá-lo.
PUNCTUMSTUDIUM – blog de
ROBSON CORREA DE ARAUJO desde junho 2006:
http://punctumstudium.blogspot.com/
CALÇAS CURTAS
— O pátio do colégio era tão grande
quanto a praça pública,
o circo era tão colorido
quanto o pirulito pelota,
e o quebra-queixo grudava nos nossos dentes,
a rapadinha fazia doer,
e o picolé escorria
para dentro de nossas blusas..
CRIMINOSO
— Soltei balão em Brasilândia de Minas,
o Mané soldado foi lá em casa reclamar,
minha tia deu um susto nele.
E o Beto Peleco mandou
ele ir tomar uma pinga.
Ele foi...
DEDAL
— A mãe bordar,
pano de prato,
vestido de bule,
saia de bujão de gás;
— Ninguém pintou
quadro mais belo...
INFÂNCIA
— Jogávamos uma espécie de vôlei,
separados por um muro
que não nos permitia ver onde caía a bola
no campo adversário
Casas geminadas em São Miguel Paulista.
VÍCIO
— Quem me viciou
em café com leite e pão com manteiga?
— Meu vício mais antigo...
A, b, c
Uma bolinha, e puxa a perninha,
dizia a minha Madrinha: a
— Uma tesourinha e corta: t
— Sobe o morro e desce,
E um pinguinho: i
O erre de rato já não sei mais
como me foi ensinado
Só me lembro do rato
que roeu a roupa
do rei de Roma:
Robson
E este Robson?
Será que significa um ladrão de som?
Mais uma bolinha
e puxa uma perninha:
outro “a”
Ou, uma bolinha,
sobe o pauzinho,
desce e puxa outra perninha: d
Só uma bolinha
e fui atirado
no mundo das minhas letrinhas!
Dom
O sangue do cavaleiro da triste figura
banha o chão
A paisagem se distorce nas retinas azuis
E, das fezes do cavalo,
eclodem os guardas-chuva da morte...
Flor de lótus?
— Seiva e sangue
Ilusão de vida e morte.
— Na secção da página...
— No corte...
— Esgota a luta...
“Só o Robson Araújo para arrancar este som semi. Para estas captações óticas da cor. Por jamais afastar-se do cotidiano consegue integrar-se a estas sensações semi-óticas. Não se afasta das palavras, dos ruídos, das asperezas das folhas. É um ser aproximativo, sempre em zoom sobre as superfícies. Sempre em zoom para dentro das pessoas. Onde for visto, está buscando inserções.” Salomão Sousa
“Ao mesmo tempo em que acaricia nosso idioma com palavras já familiares aos nossos olhos e ouvidos, chama atenção pela surpresa do neologismo.”Orlando Brito
Descôco
Abiu, bom, carnudo, doceEscondido foi gulaHá infânciaJaneiros k lidosMais nausOntemPassadoQuadro radianteSimples tom ungidoVãoWater-closetXeretar y zipper…
Sêmen
Absinto boldoCada dano ebuliçãoFado garganteadoHein?Idem jiló, kiwi, losna:Menu nativoObediência patológicaQuanto ritmoSal-gema tabuUrtigoVacinaWordXícara y zoossemia
Extraídos de Y Semiótico. Brasília: Edição do Autor, 2006.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Hahahahahahahahahahahaahhaaha...
Estilhaços, petardos, parecem até o solo de guitarra do Jimi Hendrix que eu tanto adoro meu caro.
Muito bom!!!! Muio bom mesmo!!!
Puta q pariu a palavra gozo que extasiou o signo. Rasguei a seda, sedado estou com os escritos aqui.
Postar um comentário