domingo, 15 de setembro de 2019

Plástico & Terra

Eu não queria ser nunca a magrela do bar porque ela e só ela tem que contar como é que pode dar para aqueles que chegam do mar com sede de água doce sem nem mesmo quererem se lavar sendo ela a assombração imaginada no navio fantasma durante meses no ar envolta em fumo ruim presa na taberna do capitão gancho sem ter direito de pensar em fuga afinal ela é rainha daquele covil nunca levou um tapa tem todos os dentes perfeitos e um olhar que todos que encararam mudaram de idéia a banalidade de um texto profundo pede uma prostituição menos instituída nas entrelinhas sirvo sobre todos os aspectos dizem que ela diz com respeito e convicção sem deixar dúvidas ninguém nunca falou em doença no máximo numa embriagues dos diabos isto depois de volta ao barco contando sua versão sobre indefinível contacto de volta ao tato trato de pacto entre os corpos que se tocaram traduzindo a ação numa cegueira conivente sob todos os aspectos se tocaram sentindo toda a impossibilidade de uma narrativa sobre o contacto humano demasiado humano do silêncio dos corpos quando se tocam por todas as porosidades dos corpos não existe um antes nem um depois da sua estadia na estalagem do capitão só se ouve contar o bem bom que é que foi que será assim que voltar a atracar por lá no próximo retorno não se sabe como não tem fila nem burburinho de impaciente espera nem uma briga entre bêbados dizem que ela não dorme basta alguém abrir na mesma página certa e lá está ela pronta pra servir em todos os sentidos com toda a relação humana entre todos os corpos... 

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