segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Pequena trilogia paisagística

Os patos colorindo aquela lagoa ninguém nunca soube de onde vinham duas vezes por ano por duas semanas uma no início do ano outra no meio porque tantas cores diziam que eram venenosos mas acho que era pra espantar caçadores eram tão atléticos magros deveriam voar longas distâncias até os olhos eram de tantas cores enormes pareciam ver mais nadavam mergulhavam e comiam nenhum pescador pra disputar peixes com eles que retrato perfeito para aqueles que retrataram aquela lagoa longe dos homens e de suas máquinas...

Estes valores quando bem resolvidos internamente e externamente psicologicamente e materialmente todos ganham embora nem todos possam dizer que ganharam com a bondade dos que fizeram parte de suas trajetórias com pelo menos um gesto humano se pra quem faz passar despercebido é uma importunação de menos mais faremos embora sabemos que não muda quase nada mas o mal já está feito uma volta ao estado natural selvagem o retorno do homem das árvores em páginas e mais páginas tomos e mais tomos calhamaços e mais calhamaços bibliotecas e mais bibliotecas leituras e mais leituras e mais homens de bens...

Esticou mais uma vez aquele elástico que levava no bolso entre dois galhos um de cada lado do caminho na esperança de pegar algum bichinho pra que lhe dissesse como é fora das conversas dos homens na sua cabecinha de criança da roça longe de rádio livro tv cabia a possibilidade de ser feliz fugindo pro mato com um animalzinho qualquer e assim ele fez até ficar adulto nada enroscou naquele elástico quando casou e nasceu seu primeiro filho foi logo dizendo nada de elástico nada de caminho...
 

Nenhum comentário: