sábado, 2 de março de 2013

Enquanto Bert fotografava o concreto armado

A exibição era para a mãe dela.
Quando eu era menino e contava o visto, só vovó me dava o passaporte.
Ela narrava enquanto eu me dirigia para o canal dos sonhos.
Sem imagens novas eu pedia luz acesa.
Mijei na cama tantas vezes por tantos anos em tantos hotéis de manhã perguntavam se sim quando eu não tinha conseguido secar com o calor do corpo e cobertas por cima eu respondia sim ou saia da cama antes e dava um jeito de demorarem a entrar no quarto até que fiz um pacto com a minha mãe de não mais mijar por sua presença e como mágica eu que já desistira de tentar parar a coisa foi parando mas eu já estava bem grande um sonho com água com chuva um calor gostoso e depois lutar contra o ensopado frio.
A falsa quando narra sua história deixa tudo envernizado.
Na minha o Lando encoxando o poste era mais real!  
O Tio João era o mais caipira mas era ele que nos levava para a beira do campo.
Minha madrinha já era uma catadora e nos ensinava que tudo servia para alguma coisa de novo.
Faz o seguinte, trava uma batalha destas das suas histórias, durante 50 anos depois tenta gozar 5.
Aquela imagem de quando o Zezinho da Tia Rosária me bateu com a enxada na cabeça quem vai explicar?
Quem me viu à cavalo na filha da Pretinha?
Dei tanta linha arrebentei no final da lata descarreguei a carretilha cortei fui cortado embaracei por cima das fábricas.
Chamavam de infância, nós tratávamos de escapar & brincar.
Aqueles que tinham o poder de transformar coisas sérias em brinquedos eram os mais apreciados, os outros, estes nós estudamos até descobrirmos toda a farsa. 
Hoje eu sou o avô e o neto deve me ver como eu gostaria de ter visto o meu avô?    

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