A ficção modela suas vidas
a minha vida modela um conto
sobre vidas de ficção
viviam em qualquer lugar
tinham qualquer costume
com qualquer organização
presente em suas vidas
a figura do um não existia
acho que não vai dar certo
este um qualquer coisa
o rei
o Deus
o escritor
o leitor
o dono
o que sabe
o guia
acho que vai dar certo
a presa vai dar de comer
vamos poder multiplicar o mando
diziam antes de subir
e assim a colónia cheirava seus corpos mais
importantes
e vomitavam o espinho de manter o cheiro
até outra colónia tomar de conta
velhos
novos
entre os dois
o que não é velho nem novo
subiam entre SUS
e reticências para eles
que como qualquer colónia
espera o vidro perfeito
que não deixará vazar o cheiro
mesmo sobre o preço de não ser cheirada
a acção colonial de qualquer pena
vamos ensinar os presos
que na terra qualquer pena flutua
paira no ar
e as molhadas de literatura
pesadas de tanta escritura
aguadas até o pescoço
estas permitem que voem
sem chuva
cair no mar pertence ao texto
ensopar de letrinhas também
e não vamos acrescentar a morte
pois esta não estava presente na vida destas criaturas
tinham matado a morte
o fim reservado apenas ao fim
como o fim não começa
e nem anda pelo meio
só tem direito ao fim
ele próprio
não falem dele sem conhecê-lo
ele não merece nenhuma importância
ele não é amigo de ninguém
foi assim que foi extirpado o fim
naquele modelo de ficção
num tempo qualquer...
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